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Contos-->Cartas de amor -- 20/01/2003 - 10:30 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Clarita era moça tímida. Filha única. Criada em Ribeirão Claro, Norte do Paraná. Filha de colonos italianos atraídos pelas promessas do governo brasileiro, também era católica. Isto influiria diretamente sobre seu destino.
Aos dezoito anos a proposta dos pais. Casamento com um desconhecido ou a entrada no convento. Promessa da mãe para Nossa Senhora de Caravaggio, por uma gripe forte curada num dos invernos.
Clarita titubeou mas acabou no convento. O desconhecido apareceu na casa embriagado, comeu feito um porco e arrotou na mesa.
Com certeza o convento era melhor, e a educação parecia um caminho atraente.
E foi bom. Até um dia em que o carteiro surgiu entregando correspondências.
Amor a primeira vista. Achou o homem lindo com a sacola a tiracolo e a bicicleta.
Danilo nem percebeu, pois entregava muitas cartas e os sorrisos faziam parte da rotina. Era amigo de todas as freiras.
Mas Clarita, sem querer revelar o segredo, achou uma forma de fazer com que o carteiro passasse todos os dias no convento.
Todos os dias enviava através do jardineiro uma carta para ela mesma, disfarçando a letra e pedindo orações para pessoas fictícias. Ganhou fama de rezadeira forte.
As cartas pediam e depois vinha uma resposta dizendo que a graça foi alcançada.
O jardineiro não comentava com ninguém sua tarefa, recompensada com bolos e iogurtes caseiros.
E as cartas continuaram chegando. Todos os dias, por volta das dez horas.
Clarita cuidava do material administrativo, e, naturalmente da correspondência.
Um dia soube por acaso do endereço do carteiro. Enviou uma carta especial. Depois de quinze anos de amor platônico achou que já era hora de tomar coragem.
Danilo ficou surpreso, mas gostou da idéia. Vivia sozinho e achava a freira atraente, embora tivesse temor pelas coisas de Deus.
Clarita foi falar com a madre superiora, mas esta não quis recebê-la. Suas amigas eram muito religiosas e sentia vergonha de dividir o fato.
Perguntou ao jardineiro como poderia fazer para falar com Danilo mais do que os três minutos habituais. O jardineiro, de brincadeira, sugeriu uma fuga.
No dia seguinte, Clarita trepou na garupa da bicicleta e foi morar com o carteiro.
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