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Contos-->Leis injustas -- 20/01/2003 - 11:55 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A sociedade sempre necessitou de leis para regular o comportamento dos homens. É o grande diferencial entre os homens e os outros seres. Precisamos registrar em pedras e papéis o que desejamos que se torne ético e correto. Mas as leis são mutáveis, mutantes. Depende de quem está sob o julgamento.
Outras leis são secas, como as da natureza. São infindáveis combinações físico-químicas, e sobre elas os homens têm pouco domínio.
Foi o que levou Anacleto ao suicídio no verão de 1949.
Casado com Marinalva, era um homem feliz, funcionário público próximo do prefeito, apaixonado por mulheres e cavalos, além de um jogo de biriba nas noites de sábado.
Marinalva sabia das escapadas do marido, mas possuía um atributo físico que causava inveja a muitas mulheres do bairro do Botafogo, onde residia desde menina. Suas nádegas.
Sem dúvida eram as mais bonitas do bairro, talvez do Rio de Janeiro.
Anacleto podia fazer o que quisesse, mesmo se aborrecer no hipódromo e no serviço, mas diante da visão do grande tesouro de Marinalva se transformava, tornando seu rosto uma montanha de dentes brilhantes de felicidade. E isto fazia sua amada diferente de tudo, mais bela e compensadora que todo o Universo.
Foi assim até que um dia fatídico atravessou a vida de Anacleto e Marinalva. Uma gripe forte, que obrigou o pobre homem a buscar um hospital da rede pública, num acesso de febre de sua esposa.
Marinalva tremia tanto que Anacleto temia pela sua morte. Deixou a bela do bairro apenas um instante para correr ao sanitário, sabendo que seria atendida por um médico. Apenas um instante.
Ao voltar, uma enfermeira com excesso de iniciativa aplicou uma injeção no tesouro de Marinalva.
Anacleto tremeu ante a cena. A enfermeira lesou o tecido com falta de cuidados, estragando o patrimônio da mulher.
A injeção provocou uma reação química que derrubou uma das nádegas, deixando-a à mercê da lei da gravidade, descoberta de Isac Newton. Maldito Newton. Maldita injeção.
O fato roubou toda a alegria de Anacleto, que subiu na Mangueira velha do fundo do quintal e se pendurou numa corda. Arrasado por não poder com as leis da natureza.
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