REBELDIA
És um em mil,
Te divides em tantas partes,
Em tantas melodias,
Te moldas a todos os gostos,
Me surpreendes a cada dia
Teus vestígios estão em todo meu corpo
Quando te penso um, és outro,
Quando te busco ameno
És mar revolto,
Quando te quero pleno
Te tenho ausente,
Quando te sonho colorido
És pesadelo em branco e preto
A confirmar meu medo
Vais e voltas
De qualquer forma
Em qualquer hora,
Quanto procuro teu acalanto
Só encontro meu pranto
Tardio e brando
És ventania ao meio-dia
És tempestade no meio da tarde
És açoite à meia-noite,
Mas quando chega a madrugada
Te fazes planície, serenata enluarada
A buscar o conforto do meu regaço
Perdestes a hora do meu abraço
Não te quero bagaço, resto de aurora,
Conheço a emoção que trazes agora
Tem o travo amargo de outros braços
Tem o hálito azedo do teu medo
Não me farei pasto farto
A te servir de leito
Para acalmar o remorso
Que trazes no peito
Te farei dia na minha tirania
Te farei vítima da minha agonia
Te farei cativo do meu sorriso
Te farei o ontem do meu dia
E na próxima madrugada
Serei eu a tua amada
A renovar tua emoção gasta
Na rebeldia finda do teu dia
MORGANA
Rio de Janeiro, 30/03/03
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