As pessoas que caminhavam nas calçadas eram todas diferentes entre sí. Uns entreolhavam-se como se estivessem em um outro planeta. Mas na verdade eram todos irmãos...e não sabiam disso.
Teresa olhava a todos e sempre procurava questinar sobre a humanidade, os desencontros de cada um.Caminhava por entre as pessoas e sempre dizia como se fosse uma louca:
_Você sou eu amanhã!Sabia, sabia disso?
Todos a olhavam assustados, pois fazia gestos demasiados como se cada um tivesse a obrigação de pensar como ela.
Teresa acreditava em uma força maior, em um mundo perfeito...sem separações entre as raças e tudo o que fosse relacionado à vida humana.
Certa vez, como fazia todas as vezes em que saía às ruas, encontrou uma pomba comendo alguns farelos de pão, como todas as pessoas já não ligavam mais pra ela sentou-se na calçada e começou a conversar com a pomba:
_Linda criatura, branca como a neve, cheia de vida e livre, livre para voar...queria ser como você, nem ligar para o mundo, veja só, come sem parar, estás mais preocupada em encher a barriga a me olhar, as ruas estão cheias de gente, de carro, de casas, de pessoas nervosas e atrasadas, mas você pombinha continua a comer!
Sabe...acho melhor eu me ausentar, deixá-la só, com suas migalhas jogadas por ignorantes!
A pomba pela primeira vez se moveu, olhou fixamente para Teresa, observou todos ao seu redor e levantou pouso,havia uma grande árvore por perto, ela voou até lá.Arrancou um fino galho da árvore e jogou sobre Teresa.
Esta, um pouco confusa chegou a uma clara conclusão:"Nem sempre a maneira que agimos significa que estamos ausentes"
Por: Eliane da Silva |