Minha ultima semana foi extremamente saudosista, seja pelos cd’s que ouvi, seja pelas lembranças que tive. Comecei a recordar quando, na minha adolescência, vivia xingando os donos dos lugares que costumava ir que insistiam e fechar as portas no natal, é claro que faziam isso porque queriam passar este dia com suas famílias, nada mais natural. Mas para um bando de moleques que queriam sair pra farrear era um disparate ter que ficar na véspera de um feriado, e depois no próprio feriado sem ter pra onde ir...
O que fazíamos? Bem, íamos passando pelas festas nas casas dos amigos, meio invadindo, meio como convidados, afinal conhecíamos muita gente. Mas como nunca ficávamos muito tempo por elas mesmo então acabávamos comprando alguma coisa pra beber e íamos para a entrada da vila onde um grande amigo morava. Logo eram dois, três, quatro amigos quase inseparáveis. Até que um lembrava que havia um lugar que não tinha fechado, pronto nossa noite estava feita. Corríamos pra pegar o ultimo ônibus que chegava no Metro antes que as catracas fossem fechadas. O nome deste lugar? Bar Retro, que com um nome destes e abrindo em pleno natal só poderia ser um buraco onde curtíamos Sisters, Mission, Xmal, One Thousand Violins, Bauhaus, Joy Division e muito mais, tanto que se fosse falar apenas sobre isso pegaria a coluna toda.
Além do Retro, que era o melhorzinho, tinha o Anne 44, a Treibhaus – esse era uma podrera completa – o Nation na Rua Augusta, e um que surgiu no lugar do antigo Cais que por mais que tento não consigo lembrar o nome, mas que ficava bem no centro de São Paulo, pertinho da Augusta também e cercado por prostitutas. Cada um com sua particularidade, mas todos tocando só o que gostávamos de ouvir, Ah, claro, como poderia esquecer do Madame Satã. Verdadeiro templo gótico que muitas vezes se rendia às novas bandas de rock nacional.
Bons tempos estes onde não tínhamos a menor obrigação com contas, trabalho, tudo era festa, mas como tudo passa, isso também passou. Mas fica a lembrança dos “buracos” que este bando de moleques costumava ir para tentar se divertir
Perdoem-me por estar tratando de algo mais pessoal do que musical, mas meu gosto por rock tem enorme influencia destas casas que freqüentava e como natal é época de recordação, nada melhor do que falarmos sobre isso certo?
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Mudando de assunto, acredito que todos já sabem que dia primeiro de janeiro estreou nos cinemas brasileiros O Senhor dos Anéis, mega produção sobre um dos melhores, senão o melhor livro que eu já li. Calma não irei falar sobre o filme, afinal existem sites e mais sites que já tratam deste assunto. Mas falarei sobre as bandas que foram influenciadas pela obra de Tolkien. Tem gente boa nesse meio. Led Zeppelin, com Ramble On, “Há vários anos, nos dias antigos, quando a magia preenchia o ar/ Aconteceu nas profundezas de Mordor/ Encontrei uma garota / Mas Gollum e o senhor do mal apareceram e a levaram de mim", e duas clássicas do Led IV, "Misty Mountain Hop" que fala sobre a caminhada pelas montanhas Nebulosas e também "Battle of Evermore" que traz os Espectros do Anel.
Mas tem muito mais gente neste meio. Allman Brothers, Grateful Dead, Ten Years After, Styx, Spiro Gira, só pra ficarmos nos mais famosos. Além é claro do new age de Enya que faz parte também da trilha sonora do filme. Outra banda foi um pouco mais longe e se batizou em homenagem ao livro. Silmarillion, que depois passou a se chamar apenas Marillion.
Gente de peso que se rendeu à fantasia criada em O Senhor dos Anéis e o Hobbit, só parece que a nova geração ainda não descobriu os livros. Será que por vergonha de dizer que fizeram uma música para o Frodo e sua comitiva? Vamos esperar pra ver...
Quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho destas bandas influenciadas pelo Senhor dos Anéis sintonize a Avalon Net Radio, nesta próxima quinta a partir das 10 horas da noite, ao vivo, estarei mostrando estas músicas e também outras das bandas citadas acima.
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