Vocês já ouviram uma música e fechando os olhos, se imaginaram numa estrada reta, completamente vazia e com o pé lá no fundo do acelerador? Ou então saindo a noite debaixo de chuva? Já repararam como criamos uma situação paradisíaca, apenas ouvindo um pequeno trecho de alguma música?
Quantas vezes nos pegamos cantarolando a mesma música o dia inteiro, e o pior, sempre o mesmo trecho, porque não nos lembramos do resto. Esse é o espírito do pop, nos distrair, nos fazer viajar sem termos saído do lugar. Não importa o estilo, mas sim o que esta música faz por nós. Agora mesmo estou repetindo o refrão de uma música do Third Eye Blind, a pelo menos umas duas horas, desde que a ouvi no rádio do carro.
É esta magia que faz um grupo ser grande e outro apenas mediano, a facilidade em se criar letras que iremos nos lembrar pelo resto de nossas vidas. Não sou fã dos Beatles, mas tenho que reconhecer que é uma das bandas que melhor faz isso. A letra de Hey Jude, por exemplo, é de uma simplicidade, que nos faz perguntar porque eles, e não eu, escreveram aquilo. Claro que isso tem resposta, talento, não que não tenhamos, mas que o utilizamos para outras coisas.
Quando eu tinha uma banda de rock, isso lá pros idos de 87, era o que mais acontecia, via bandas como Engenheiros do Havaii, Biquíni Cavadão conseguirem dizer exatamente o que eu queria dizer. Bom, não preciso dizer que minha banda acabou depois de um ano e meio e esses caras continuam, digamos que eles têm talento pra escrever canções e eu para escrever colunas.
O que eu quero dizer é que não é preciso escrever coisas complicadas para se fazer ouvir, na maioria das vezes é nas coisas simples que estão as melhores mensagens.
E eu continuo com o mesmo refrão na cabeça, e não sei nem o nome da música...
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