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Artigos-->DESEMMIMMESMADO -- 18/03/2014 - 19:17 (Alexandre Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DESEMMIMMESMADO





Voltar a escrever,

a catar meus sentimentos como quem cava a água e retira à palma da mão,

a mentir e entregar estes versos ao anonimato,

a ceder ao pranto, à chuva fina na ilha verde

vista do continente, da areia da praia,

onde a bola voa, o copo vira e as pessoas trabalham.

Ocupações, mentes, sensações, matutações,

adrenalina no sangue,

prazer na melancolia,

e o trabalho...o trabalho?!

Ocupações todas que fogem da certeza de estarmos a sós, em mim mesmo.

Reclamamos do trabalho (este prazer incompreendido)

para jogarmos bola, para virarmos copos,

e na ausência disto, reclamamos e pensamos no trabalho, nada desejado.

Medimos a hora de jogar, de beber para não ficarmos demasiados, a sós.

Passamos o dia na função de nos ocuparmos para que não fiquemos a sós.

E no jogo, temos que mostrar que somos bons em defender, em atacar, e liderar,

enfim, em alguma coisa. No beber, mostrar que sempre estamos no controle,

ou na alegria do meu "jeitão", ou na tristeza do meu "pleno e adulto controle".

Há um vazio a que não nos deixamos entregar, uma negação de que

viemos da terra e que voltaremos a ela. Não nos entregamos a este cosmo que

nos coloca no patamar nem superior, nem inferior da natureza. Na real,

nos coloca em patamar algum (porque não há patamar), e sim a certeza de que envelhecemos a cada dia.

Ao invés de sentir, ocupamo-nos com a mente funcionando intranquilamente.

Não experimentamos estarmos sob a ponte.

Parar e sentir a sua tridimensão.

Ansiedade, imediatismo, mente e tormento, flechas-siga,

passamos pela vida sem parar para sentir seu presente momento.

Seu precipício, a sua base de segurança, seu relevo, a fluidez do rio, seu retorno.

Ficar sozinho é algo que não sabemos o que É.



Neste momento, que inveja do homem do campo ("do caipira"), dos monges budistas.

E achava que suas vidas eram vazias ( diga-se: sem emoções),

do uísque 12 anos,

dos espetáculos de fim de semana,

só porque a não-ação (que concebo) na varanda do campo, é algo a mim inconcebível, impensável.

E agora me encontro pasmo,

porque vejo o caminho reto que construí, e que me arquitetou inflexível e deformado.

O que me desespera é que continuarei estando assim: Desemmimmesmado a todo momento. Talvez. E pergunto: Em que momentos eu estou em mim mesmo?



Mas não é por isto que existe a chuva,

não é para estarmos dentro das janelas,

nem para lubrificarmos nossos olhos, sentir o coração bater,

nem para refletir esta parede de prata que espelha nós mesmos,

deformados de nossas imagens e felizes ( negando a tristeza, proibindo-nos de sentí-la, como uma lei: é proibido sentir!),

a chuva nem é para derreter a alma, nem para remover o peso, nem para renovar o espírito.

Mas uma coisa ela é: Água!



Não me peça uma proposta! o caminho?

Mais uma vez, não procure imediatamente receitas da felicidade ( como psícologo, posso ajudar).

E a vida é o sagrado e o profano, a união dessas contradições, assim,

há muito em viver, inclusive em celebrarmos na roda das paixões o desemmimmesmadamente.



O trabalho é a aceitação da natureza. A pessoa que não trabalha, não a encontra, torna-se homem máquina de si mesmo, ignorante, e fica perdida.

O ponto a que chegamos com o trabalho é o ponto extremo de nossas forças, é o ponto do desprazer, da morte vivida, inconcebívelmente anunciada e velada. Este trabalho, (neo) capitalista está ancorada na negação do ócio, do descanso, do relaxamento, do sono, impossibilitando o prazer.

O prazer é a fonte de vida.





EMRIQI

weberleao@yahoo.com.br
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