O desejo escalou minha pele
- cálida era -
florescendo amarelo
na primavera.
O sonho que um dia
foi doce quimera
não mais existe,
apenas “era”.
Desejei a permanência
- quem me dera -
rolando o mundo,
espacial esfera.
O tempo passou,
fiquei a espera.
Adormecida no canto
ronrona a fera.
No quarto sombrio
insone pantera
escreve poesia,
escava cratera.
Senhora do tempo,
se me considera,
responda a questão
e seja sincera:
Pelo instinto que ruge
e me dilacera,
com renovada vontade
viverei outra era?
|