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cronicas-->Carta a um amigo. -- 16/10/2002 - 14:13 (Marco Antonio Athayde de Britto Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O dia despertou bonito. Acordou vestido de azul, pintalgado de branco e rebrilhando os raios dourados do sol. Ao levantar pela manhã, percebendo esta graça comentei comigo mesmo: - Parece até que hoje haverá festa no céu. Pensei nisto, caminhando pela beira da praia e observando pequenos pássaros tomando banho de areia.
Amanheceu mais cedo que os outros dias. Talvez para compensar os dias anteriores de chuva intensa. Talvez para, enchendo-nos de cores, fazermos esquecer os dias cinzentos que preencheu parte da nossa semana passada.
Todas essas coisas me passam na cabeça agora, enquanto olho seu corpo, tão diferente de quando você o habitava. É isto mesmo, olho para um corpo que não é mais o mesmo sem você estar dentro dele. Estes pensamentos me vêm à mente enquanto, junto com seus familiares, seus amigos e afins, velamos seus restos mortais. Passa-me pela cabeça agora, enquanto um dos pastores da sua igreja conforta os presentes, cenas do nosso dia-a-dia: sua brincadeira de entregar, quase todos os dias um pequeno pedaço de fio para um de nossos amigos comum, e, entre risadas, dizer que este saberia o que fazer com aquilo. Lembro do riso deste amigo, que já adivinhava quando via aquele pedaço de cobre nas mãos de alguém... lembro de minhas pilhérias, de suas pilhérias, mas lembro também da sua convicção, do seu envolvimento com sua igreja, com seu/nosso Deus. Muito tenho falado da morte, meu amigo, e a tenho descrito de várias formas. Talvez tudo isto seja para entender, e aceitar, de fato, a partida de todos que nos são queridos. Poderia, e vou dizer assim sobre seu passamento:
Ontem, enquanto muitos de nós dormíamos, o Anjo da Morte, rondou o seu leito. Seu corpo, antes que você mesmo pudesse perceber esta proximidade, preparou-se para o desligamento. Foi por isso que o esforço de toda a equipe médica foi em vão. Seu lugar, do outro lado, já estava preparado e não seria mais possível protelar sua ida. Então o Anjo aproximou-se e o abraçou, envolvendo-o com suas asas. Talvez tenha sido por isso que o céu tenha se pintado de azul e se mostrado tão belo logo cedo pela manhãzinha. Talvez tenha sido esta, a festa no céu. E se foi assim, não justifica estes meus olhos cheios de lágrimas. Pois, se o Alto o chama, é porque lá, você é mais importante que aqui. Para quem fica, resta a saudade e a certeza, que daqui saiu uma boa alma, o exército dos céus ganhou mais um soldado, um digníssimo soldado...
Adeus irmão, até um dia.
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