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Cronicas-->Cores estranhas -- 16/10/2002 - 16:20 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em 1966 eu morava em Porto Alegre, numa casa de madeira com alguns defeitos. Dia de chuva todas as panelas e baldes deixavam sua função original para recolher água. No velho telhado de zinco as gotas da chuva insolente não queriam deslizar. Preferiam achar os buracos e invadir a residência, muitas vezes estragando os móveis e perturbando os cinco ocupantes da moradia.
Era uma rotina que durou mais ou menos três anos. Além das goteiras não havia maiores problemas. A não ser um ou dois fios desencapados, normalmente culpa minha e dos irmãos, que estávamos sempre mexendo nas tomadas velhas, naquela época peças sem o menor controle de qualidade.
Foi numa das manhãs que minha mãe improvisou um lanche numa cadeira e arrumou banquetas para atender ao tamanho da gurizada.
Enquanto comíamos o pão com doce procurei encostar na parede, justo nos fios desencapados de uma tomada. Ficou tudo azul, minha percepção de mundo não sei qual era, mas talvez tenha influenciado na opção de torcer pelo Grêmio Porto-alegrense.
Não houve queimadura. Devem ter consertado a tomada. Também não cheguei mais perto daquilo.
Tantos anos depois, em Rondónia, uma febre alta e um cálculo renal resolvem me incomodar num final de semana. Essas coisas sempre se prolongam. Cálculo renal é uma experiência que todo político deveria experimentar.
Assim mostrariam mais empenho com a saúde pública. As pedrinhas podem demorar a cair fora, o que prolonga muitas vezes a estadia dos pacientes nos hospitais da rede pública.
Levei sorte de me livrar dela, não sem antes ter uma febre caprichada e duas noites de insónia.
Mas antes que ela fosse embora passei pela experiência de ver o branco amarelo. Efeito de fraqueza, insónia ou tontura, durante alguns minutos a cor branca deixou de existir. Um tipo de amarelo canário substituiu a alvura das paredes.
Achando que algo estava errado fiquei sossegando na rede algum tempo. Ao abrir os olhos houve uma mudança de tom, virando um verde claro, tipo limão. Depois tudo voltou ao normal.
Na TV uma campanha do governo falava sobre o mundo colorido sem drogas. Interessante, embora eu duvide de sua eficácia. De qualquer forma, quem quiser ver cores diferentes, pode experimentar um choque na cabeça(110 volts), ou descolar uns cálculos renais. Não vale a pena também.
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