DUALIDADE
I
Ah! Que tormento!
Tem sido este meu viver.
Para sobreviver...
Preciso de um alento.
Não vou chorar! Pelos miseráveis.
Não há lugar no mundo
Onde eu possa descrever,
A amargura que me vai fundo
No coração, com este meu viver.
Não vou chorar! Pelos infelizes.
II
Há tanto tempo me domina
Esta impiedosa tormenta
Da qual minha alma se alimenta
E em vão se abomina.
Não vou chorar! Pelos meus amores.
Vivo em constante dualidade
Possuído por ilusão e realidade
Entre verdade e mentira
Que o meu viver, a cada dia, me atira.
Não vou chorar! Por mim...
Pois posso morrer a qualquer momento.
***
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