Esta carta é mais uma, entre tantas outras, que levará até você, fragmentos do meu cotidiano e de mim mesmo.Uma forma de transpor a saudade para algo que tenha movimento físico, geográfico e que seja palpável aos seus olhos e suas mãos.
Eu fiquei tão feliz com o seu telefonema que a vontade maior era de tê-la atendido na esquina de sua casa para poder revê-la na mesma hora...acabei ficando por aqui, observando o movimento silencioso da cidade nestes dias em que a maioria de seus filhos legítimos, bastardos, adotados e pródigos a deixam descansar em paz nas largas avenidas...
Acabei fazendo uma viagem intensa dentro dela mesma e registrando tudo em imagens fotográficas e sensoriais.
Em sons e silêncios, em luzes e sombras, entre estranhos tão conhecidos que já são familiares em seu caminhar , solitários no que restou da multidão dos dias úteis...
Tenho observado com maior atenção o movimento fluído do chão à meus pés e do céu sobre minha cabeça e procuro harmonizar idéias, sentimentos, angústias e interrogações no espaço que me é de direito entre um polo e outro.
Se escrevo, ao fim, repetidas vezes que a amo infinitamente é porque o infinito não possui dimensão...nem definição.