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Contos-->Os raios da circunferência - Love sick day -- 28/01/2003 - 16:49 (William Henrique Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os Raios da Circunferência – Love Sick Day


- Ela era como aquelas garotas de filme, ou de comercial, não sei como explicar bem...
- Vai começar... você sempre vem com essa história de filme, e personagens de filmes... – interrompeu Vicente, reclamando do colega que se sentava à sua frente. Johnny continuou:
- Deixa eu falar... é sério. Sabe aquelas garotas boiadeiras, que aparecem em videoclips de duplas sertanejas, tipo de jaqueta de couro com franjinha...
- Peraí, sertanejo?!... – disse São, divertindo-se – O que é isso? Você assiste videoclips sertanejos?
- Não, eu não assisto, caramba... só to dizendo isso pra vocês imaginarem como é o negócio, entendeu, não porque eu realmente conheço este tipo de coisa.
- Continua.
- E elas usam aquelas franjinhas na jaqueta, e calça jeans, bem country mesmo...
- Acho que já sei... – disse São, com um sorriso.
- Já saquei... umas garotas que sempre aparecem com um carinha que é peão ou cantor sertanejo, sei lá o que... e de chapéu de caubói.
- Isso! E que às vezes tem naqueles bares de estrada, sei lá, aqueles locais onde tem música country tocando, e muita bebida, e sempre saem brigas nos filmes, e no lado de fora tem sempre um estacionamento enorme, e tal...
- Sei.
- Ou também aqueles tais de Ouro Grill, não sei o que Grill, de estrada... – completou Vicente.
- Isso mesmo. Então. Ela era igualzinha a essas mulheres, não sei por que, talvez fosse mais o jeito e o rosto dela, afinal, é claro que ela não estava vestida deste jeito country, de chapéu e tudo, mas tinha um jeito diferente, calmo, simples e bonito ao mesmo tempo... e eu estava no interior, então acabei associando a imagem de vaqueira...
- Mas o que foi que aconteceu? – perguntou Vicente.
- Bom, como eu já disse, eu tinha ido lá pra ver como é que a casa estava... meu avô tinha morrido...
- Quantos anos fazem isso?
- Sete anos.
- Caramba.
- Bem, a casa de campo tinha sido herdada por mim, e então resolvi dar uma olhada nela, arrumar tudo por lá e quem sabe me estabelecer por ali por um tempo, enquanto não me decidia sobre o que fazer da vida... tinha perdido o emprego, tinha sido despachado pela minha namorada, a Márcia, e minha relação com o restante da família não era lá essas coisas... resolvi sair da cidade. Bem, a casa era grande, confortável, bem campestre. Quando aconteceu isto eu já morava lá há algumas semanas... pois um certo dia, após ter me levantado, saí à varanda para olhar como estava o dia, e me espreguicei preguiçosamente. O dia ia estar quente. Bem, então tive uma surpresa ao perceber, na casa ao lado, alguém a me observar por uma das janelas. Havia algumas casas próximas à minha, um pouco além do muro que cercava minha propriedade. Esta ficava bem ao lado, e podia-se ver bem as janelas umas das outras. Alguém me olhava pela janela, e, ao notar que eu também agora a observava, permaneceu na mesma posição. E então me sorriu. E eu retribuí o sorriso, acenando-lhe. Depois tratei de cuidar de meus afazeres e não pensei mais nisso. No dia seguinte eu estava pegando frutas no pomar depois do almoço, e avistei novamente minha simpática vizinha, na janela, a me cumprimentar. Desta vez me encontrava mais próximo do muro, de modo que resolvi ir trocar umas palavras com ela. Já sabia que morava lá, já a tinha visto, mas nunca prestara atenção nela. E pude ver agora que era uma moça linda, muito bela, jovem e atraente, além de boa pessoa.
- Bom dia – disse-lhe eu, apoiado sobre o muro.
- Bom dia – respondeu ela, sorrindo – Mudou-se pra cá faz pouco tempo?
- É, me mudei... não sei se vou ficar ou voltar pra cidade...
- Aqui é bom pra morar... – disse ela, contente em sua janela rodeada de rosas e espinhos – Aconselho você a ficar...
- Obrigado. Como se chama?
- Clara.
- Sabia que você tem olhos lindos?
Ela não disse nada. Me olhou com olhos misteriosos e calados, intimamente sorridentes. Seus olhos brilhavam, eram como uma cartolina azul turquesa sob o brilho do sol que entra por uma janela encostada.
- Obrigada – disse ela.
- Quem sabe não podemos nos conhecer melhor e... – ia dizer eu, quando ouvi uma espécie de grito vindo lá de dentro da casa dela, e que a fez ter um sobressalto. Neste instante ela se virou e disse que tinha coisas a fazer. E saiu da janela, ainda sorrindo, mas com uma ponta de receio.
Fiquei lá parado no muro pra ver se ainda voltava, mas não. E, quando já me preparava para descer do muro, avistei no quintal dela um homem que tinha vindo ver quem estava ali. Me olhou desconfiado, e lá ficou parado, encarando como que defendendo sua propriedade. Não disse nada, e então desci do muro.
Eu estava apaixonado. De um jeito que nunca me sentira antes. Eu era mais jovem do que sou agora, e minha cabeça fervilhava, é claro, com os fatos enlouquecedores que me rodeavam à época. A menina tinha virado minha cabeça desde o primeiro momento. Mas só agora eu admitia isso.
Estava eu com dezenove anos, e ela devia ter seus quinze. Talvez menos, pela doçura do olhar e dos movimentos. Era agora meu desejo tê-la comigo, de qualquer maneira.
No dia seguinte ela não apareceu na janela, e já imaginei a razão disto. Fiquei a rodear o muro do meu terreno à procura de sua imagem, mas não encontrei.
No outro dia pude vê-la. Estava de cabelos soltos à janela, me sorrindo. Era loira. De um loiro juvenil e virgem, intocado, fresco e belo.
- Oi, preciso falar com você, Clara.
- O que foi?
- Quero me casar com você...
- O que?!
- Estou perguntando se quer se casar comigo.
- Tem certeza do que está perguntando?
- Absoluta. Eu a amo.
- Escute, não me oponho ao senhor em nada, e também seria feliz se me casasse com você, acredite. Gosto do senhor. Mas o problema é outro...
- Já sei! Aquele velho...
- Não fale assim... ele é meu protetor. Cuidou de mim a vida inteira, praticamente, desde que meus pais morreram e fiquei órfã... ele parece rude e briguento às vezes, mas cuida bem de mim...
- Ele é casado com você?
- Não é...
- Pois então vamos nos casar!
- ... mas vou me casar com ele, daqui a um tempo.
- Quanto tempo?
- Alguns dias... ele vai marcar o casamento. Quer assegurar que eu o acompanhe até o final de sua vida... é o mínimo que posso fazer por ele, que me acolheu este tempo todo... já é velho e doente, e eu faço todo o serviço de casa para ele... sozinho ele não pode.
- Você gosta dele?
- Gosto.
- E gosta de mim?
- Muito.
- De quem gosta mais?
Uma voz rouca gritou lá de dentro pedindo algo. Ela se afastou da janela e se desculpou, dizendo que precisava ir vê-lo, pois queria almoçar.
Nos outros dias, passamos a nos ver secretamente por outra janela. Da janela de meu quarto eu podia ficar bem próximo da dela, e desta forma podíamos até nos tocar. Passamos então a namorar por esta janela por alguns dias. Mas não era suficiente.
- Quero que fique com meu lenço – disse ela, me dando um pano perfumado seu.
- Por que?
- Para que se lembre de mim... também o amo... não me esquecerei de você.
- Mas não vamos nos separar... vou me casar com você, e estou determinado. Não vou desistir tão fácil assim...
- Desista, por favor. Isso só vai causar transtornos a ele...
- Ele sabe que nos vemos?
- Deve desconfiar... mas não diz nada a respeito para mim.
- E se ele soubesse?
- Acho que mandaria você parar, primeiro.
- E depois?
- Depois acho que viria vê-lo e falaria pessoalmente, não sei.
- Bateria em você?
- Talvez...
- Se ele fizer isso...
- Escute, esqueça-me, por favor... me casaria com você se não houvesse que servir ao meu senhor... devo isso a ele... não seria justo...
- Não desisto. Com quantos anos ele está?
- Velho. Deve ter setenta.
- Esse bicho demora pra morrer, hein? Até quando deve viver?
- Não sei... mas não por muito tempo. Creio que deseja somente se casar comigo e descansar, para ter cumprido o que queria na vida... por que não espera e então nos casamos, quando ele morrer?
- Mas não posso esperar nem mais um instante! Preciso de você agora! – neste momento caí da mureta da janela, por descuido, e fui me esborrachar no chão de terra. Depois voltei a ter com ela:
- Ainda está aí?
- Estou.
- Vou me casar com você em breve. Nada vai me impedir, nem mesmo um velho escroto e rabugento...
- Não xingue ele, por favor...
Beijei-lhe na boca demoradamente e acariciei seus cabelos. Depois desci da mureta e entrei em meu quarto.
- Até logo.
No outro dia tive uma idéia. Resolvi ir falar com ele, esclarecer toda minha situação, me abrir com o velho. E ver o que ele me dizia. Até que eu estava bem otimista.
Perguntei à Clara a que horas ele voltava da cidade, e assim disse que iria até lá mais tarde. Ela não achava uma boa idéia e tentou me impedir, mas não dei ouvidos a ela.
Quando chegou a hora, toquei a campainha e aguardei. Tinha vestido meu terno menos velho, para a ocasião.
Ele próprio me atendeu, e me reconheceu, lançando-me um olhar de suspeita.
- Entre.
Entrei na casa. Me sentei.
- Fale.
- Bem, o motivo pelo qual vim até aqui ver o senhor, que já sabe quem sou... é por causa de sua afilhada.
- Ela? – e ele apontou para Clara, que vinha descendo a escada ao nosso encontro.
- Isso mesmo. Tenho o forte desejo de me casar com ela... e estou ciente de sua situação. Sei que é sua protegida, e que em breve pretendem se casar... sei de tudo. Mas queria que me ouvisse e tentasse entender que o que sinto por ela é muito forte, e que ela também me ama igualmente. Por isso, sem ter nada contra o senhor, peço permissão para me casar com Clara.
- Não posso permitir. O casamento está marcado.
- Para quando?
- Daqui a seis dias.
- Peço ao senhor que considere o meu pedido...
- Não posso. Vou me casar com ela, está decidido. Vocês mal se conhecem. Não boto fé neste seu sentimento.
- Eu a amo.
- Não insista. Já dei minha resposta.
- Mas eu...
- Já chega.
Ia partir pra cima dele, mas me contive, por respeito a Clara. Olhei para ela, que estava calada observando, e então deixei a casa sem nenhuma palavra.
Nos dias que se seguiram, enquanto eu me ocupava de meus afazeres normais, um súbito sentimento foi brotando em meu ser. Era um sentimento de raiva, de ódio do velho asmático, um desejo de mata-lo tão grande... que mal podia pensar em outra coisa senão faze-lo. Me casaria com a garota, por bem ou por mal.
E foi então que comecei a arquitetar meu plano. Tudo tinha que ser feito com muita calma e segurança. Já tinha me resolvido. Um dia acordei e fui à cidade, onde sabia que havia uma loja de armas. Fui lá e comprei uma, pequena, sobre a qual o vendedor me disse: “Ela é pequena, potente e não trava. Mata um cavalo a trezentos metros de distância.”
Fui pra casa e pensei no que faria. Bem, tinha que praticar antes de usar a arma. Mas era melhor não atirar por ali, ou os vizinhos começariam a desconfiar. Então resolvi deixar por um tempo a casa e fui procurar um hotel afastado, na estrada, para ficar. Aluguei um quarto apertado e sem nada dentro a não ser uma cama baixa e estreita e uma pia quebrada com um espelhinho.
Saí e fui procurar de carro um lugar afastado no meio do mato onde pudesse treinar os tiros sem despertar a curiosidade de nenhum fazendeiro.
Tinha ido ao exército ano passado. Pegara por puro azar, e lá tinha aprendido um pouco sobre as armas, e a dar tiro. Só que estava sem jeito pra coisa, talvez pelo nervosismo. Disparei num tronco de árvore, me acostumei à arma durante alguns dias. Não teria erro. Era só pegar ele de surpresa.
No hotel eu ficava o dia inteiro, enquanto não dava tiro, deitado na cama dura olhando para o teto, sem pensar em mais nada a não ser o velho e a garota. Um dia o dono do hotel veio bater à minha porta e mal agüentou a fumaça de cigarro guardada no quarto fechado. Perguntou se eu queria alguma coisa, e só então me lembrei que não comia nada há dias. Fiquei com preguiça de falar e só abanei o braço, dispensando-o. Também fiquei com preguiça de me levantar e ir à padaria comer. Pra que comer? Primeiro mataria o velho. Depois pensava em comer, e em ver minha Clara, e em sonhar com ela, dormir com ela, e amá-la ainda mais, casar, ter filhos...
Sem querer dormi por dois dias seguidos deitado naquela cama horrível. Quando acordei, empoeirado e suado, estava com o corpo todo formigando, dormente. Entrei em desespero, mas depois de vinte minutos voltei ao normal. Estava desnorteado e lunático, febril. Saí, peguei a arma, paguei ao homem do hotel e voltei de carro pra casa.
Bem, era isso. Mataria ele hoje mesmo, nada havia de dar errado.
Encontrei Clara na janela e perguntei a que horas o velho chegava. Ela disse que ele chegava às seis. Menti para ela e disse que queria me desculpar com ele. Ela nada disse.
Me preparei, me vesti com um terno branco e saí de casa com a arma carregada. Seria rápido. Bastariam três tiros certeiros.

1o Final – Violento

Quem me atendeu foi Clara. O rosto branco, e a atitude era como se adivinhasse o que eu tinha ido fazer ali. Parece que tentou me impedir. Nem me lembro, a imagem que eu via era esbranquiçada.
Fui entrando na sala de visitas deles firme e decidido, e olhei em volta.
- Onde está ele?
- Quem?!
- O velho.
- Que velho?
- Seu maldito prot...
Neste momento o velho desceu a escada e pisou na sala.
Não vi mais nada, e nem senti tampouco. E foi rápido demais. A arma me veio encaixada às mãos perfeitamente. Mecanicamente.
Me veio um arrepio pela medula conforme o gatilho era levado pra trás. Era um troço rápido, só que não foi tão rápido. Parecia que estávamos rodando em câmera lenta. Talvez tenha visto de relance o rosto apavorado de Clara.
O corpo dele tombou seco no carpete. A arma caiu de minha mão e eu tremia. Senti tontura, mas permaneci mantendo uma postura calma e estável. Clara estava atrás de mim. Quando me virei para vê-la, esperando gritos e choros, surpreso notei que empunhava uma mochila azul que certamente devia conter tudo o que precisaríamos para o resto de nossas vidas após a nossa fuga.


2o Final – Moral

Cheguei à casa e toquei. Clara atendeu. Notei certo espanto em sua face, como se previsse o que se sucederia. Passei por ela.
Lá dentro o carneiro me aguardava sentado no sofá lendo jornal. Devia ser surdo, pois nem me viu. Maldito! Não o mataria sem saber. Gritei. Não ouviu. Fui mais perto, cutuquei a folha do jornal com o cano e, quando por trás da 1a página vi surgir o rosto convulso e enrugado, disparei sem pensar duas vezes, e por três vezes.
Houve um momento de total silêncio e inércia. Larguei a arma.
Olhei para Clara, e ela me olhava com um olhar mais misterioso do que nunca. Nada de gritos e desespero. Ela permaneceu me olhando profundamente com um olhar que não se definia. Medo? Não... Indiferença? Não... um olhar de repressão, talvez? Não sei...
Fugimos naquela tarde.
Ao pegarmos a estrada, senti uma forte dor nos olhos. Sem motivo algum começaram a arder. No momento não dei importância ao fato.
No meio da viagem, sofremos um acidente batendo de frente com um caminhão. Até hoje só sei de uma coisa: fiquei cego de uma hora para a outra e não pude desviar. Foi isso. Banal, inexplicável.
O carro se esmigalhou. Clara morreu na hora. Eu fugi pro mato, cego até hoje, vivendo sem ela e sem ninguém mais. Não demorei pra perceber a moral Divina: fiquei cego de amor, matei; paguei com a própria vista, e sozinho.


3o Final – Cômico

Saí de casa decidido, firme, e atravessei o jardim. Toquei.
Clara me recebeu, calada e pálida.
Entrei.
Na sala estava o velho, sentado, como que me esperando. Não disse nada. Foi Clara quem se manifestou:
- Nos casamos enquanto estava fora – disse ela, misteriosa e com um brilho nos olhos claros.
Fiquei mudo. Não pensei em nada, não reagi, não abri a boca.
Todos ficaram calados.
Resolvi que precisava dizer algo. Mata-lo... mata-la... me matar... gritar, quebrar tudo... mas não tive forças. Vendo aquele velho ali, sentado, doente, tive pena. Assim, de repente. Me virei lentamente e fui deixando a sala e depois a casa. Não era tão grave assim. Logo, quem sabe em alguns dias, o velho batia as botas. E aí eu podia me casar com Clara. Sem remorsos. Quando ia saindo, ela me parou:
- Espere. Não sei se...
- O que?
- Será que digo?
- Diz sim! O que é?
- Bom... é que eu...
- Fala, Clara!
- ... eu tenho uma irmã gêmea, Sara. E aí, não sei, quem sabe você...
- Cala a boca, Clara...


4o Final – Cômico 2

Entrei na casa de Clara decidido. Era a hora.
Ela me fez entrar até a sala, onde se encontrava seu “protetor”. Ele lia o jornal. Eu sentia o cano frio do revólver na perna.
Ele baixou o jornal e ficou parado. Resolvi falar.
- Bem, se não tem jeito...
- Como?!
Tirei o revólver do bolso. Apontei, firme. Era só pressionar o gatilho. O velho se engasgou.
- O que pensa que está fazendo, moleque?
- Vou te matar.
- E posso saber por que?
- Claro. Porque não posso me casar com sua protegida.
- Minha o que?!
- Protegida... Clara.
- Ela?!
- Está vendo mais alguém aqui?...
Ele ficou bobo.
- Ela não é minha protegida.
- Como assim? – eu que fiquei bobo agora.
- Clara é minha sobrinha. Eu disse que não deixava vocês se casarem de brincadeira. Foi idéia dela, ela adora brincar com os outros. Vai fundo, rapaz.
- Sobrinha?!
Olhei para ela, que baixou os olhos, corou e mordeu o lábio. Nos casaríamos dali a duas semanas.



***





WHP. 24/4/01

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