TEMPESTADE
S. Kalil Botelho
Noite sem lua. Escuto o mar bravio
Ondas crespas, na praia, espumejando.
Sopra o vento um lúgubre assobio,
Na penedia imensa, sibilando.
O raio fulge, a escuridão riscando.;
Trovões estrugem, eu sinto medo e frio.;
A tempestade ruge, amedrontando.;
Entra na barra, em pânico, um navio.
Vez-em-vez, assim, os elementos
Conjugam-se, por leis desconhecidas,
Pra nos trazer terror e sofrimento.
São piores, porém, e mais sentidas.;
Causam mais dores e maior tormento,
As tragédias das nossas próprias vidas.
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