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Poesias-->Soneto do Transfix -- 09/04/2003 - 17:14 (Jacques Madean) |
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Três anos de doloroso preparo
As pessoas estão bem próximas
Nesta minha vida seria as ultimas
Mas reconheço ser o futuro um sarro.
Que da garganta seca só me sai com escarro
O absurdo desta vil insegurança
Pelo menos ainda tenho esperança,
De conseguir meu lugar a sombra, meu amparo.
A alegria me cercou de orgulho.
Vi meu nome no jornal. Passei nas provas!
Deixei pra trás os pedregulhos
Dentro de poucos meses fiquei desnorteado.
Me surpreenderam as boas novas.
De que alguns estavam “oficiados”.
Alguns pensam: “Não tenho nada a fazer.
Sou muito jovem e cabeça.
Que se danem. O mundo que apodreça,
Não preciso com isto enlouquecer”.
Os amigos de meu lado, nada arriscavam dizer.
Outros ditavam baixo sua contra-posição.
E eu de cá imaginava: “Que amor tem esta população,
Não deixando a indignação transparecer?”.
Compreendi a tolice de tal erro,
Que não compreende o esplendor da certeza
E cai sempre em futuro desespero
“Coragem”, falei comigo.
Temos como coração a fortaleza
De manter quente nosso abrigo.
As fardas valem mais que a ética,
Agradeço a Deus por não me engrandecer
Nesta peste noite negra, julgo entardecer
Dessa pressão pseudo-soviética.
A justiça não veio para aborrecer
E os alunos são cidadãos pensantes
Só que da perfeição cada vez mais distantes
Ninguém lhes deixa florescer.
Quando penso, logo tenho existência.
Se eu estudo muito, eu passo
Se não peço transferência?
São dos cachorros seus pêlos
Custa muito aceitar o fracasso
E ter pela coisa pública mais zelo?
Que se torne fixo o manifesto
Das almas limpas e relutantes,
Aguardando que a autonomia que antes
Dormia sob honrados gestos.
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