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Cartas-->JORGE E SAL - A COMUNICAÇÃO NA USINA -- 26/11/2002 - 04:23 (ROSAPIA (veja página 2)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
JORGE E SAL - A COMUNICAÇÃO NA USINA

Escrevi uma carta ao Poeta Jorge Ribeiro Sales, comentando seu poema "Fundo do Poço". Podem rir todos: julguei que ele, sempre alegre e disposto, tinha aderido aos deprimidos de plantão e, num passo em falso, atingido o fundo do poço de repente... Pois ele respondeu de imediato que apenas entrara em empatia comigo, conseguira captar perfeitamente meu estado depressivo. Ou seja: no fundo do poço estava eu!!! (risos). Quê vexame!... Diante desse mal-entendido deveras pitoresco, e do que resultou nosso diálogo em termos de afirmação de uma amizade crescente, resolvi contá-lo aos leitores, convidados a refletir.

JORGE: "Amiga,
É gratificante para mim quando dissecas meus poemas. Sempre encontras alguma coisa que queria colocar, pensei que não tinha colocado, mas pela tua análise vi que coloquei (ufa!). Quanto ao poema Fundo do Poço foi tirado de um exercício mental que estava fazendo em relação a ti."

SAL: Antes assim! (Agora sou eu que digo ufa!... risos...) Percebi isso, mas foi tal a convicção que você passou no poema, que temi não estar entendendo e ter à minha frente um amigo sofredor e triste... Aí resolvi oferecer esta minha mão ainda enfraquecida, mas que adquire forças quando tem que amparar alguém. Aceito errar de todas as maneiras, mas não por omissão. E acho que valeu: se um dia estiver dolorido, já sabe que pode contar comigo. Agora, já que, felizmente, está bem, sua missão é me dar a mão... com a qual já sei o quanto posso contar.

JORGE: "Tenho pensado bastante. Esta fortaleza que és. A tua capacidade de ressurgir das cinzas. Este Sal que tão bem já foi retratado por Fernando. Esta capacidade de reflexão. Esta força que tens para mudares os planos de vôo."

SAL: Meu amigo, suas palavras me comovem! Tento ser tudo isso e, como você mesmo disse, sou ao mesmo tempo frágil, há momentos em que me sinto em total desamparo. Uma coisa é certa: sempre tenho a coragem de ir do poço ao fundo. Tenho certeza, por experiência na própria carne, que é lá que me encontro de novo e que tomo forças para voltar à tona. Quando sinto medo e peço socorro é porque é enorme a tentação de lá me afogar, acabando com todas as dores. É quando me sinto em estreita relação com a morte, não essa morte tão temida, mas a morte amiga, a morte companheira, a morte necessária, aquela que nos espera pacientemente por uma vida inteira... (risos). E ali mesmo, bem no fundo, sinto a fantasiosa atração da vida e da morte ao mesmo tempo, amalgamadas no mesmo mistério. É uma sensação tão forte que chego a me inquietar. Então peço socorro, peço uma companhia, alguém que me segure a mão. Depois, fico achando que não vou morrer nunca, pois sempre tenho mãos às quais posso me agarrar, mãos amigas que cultivo com carinho e amor. Ah, a importância de fazer e bem zelar das amizades!

JORGE: "Todas estas palavras que tens no Baú das efemeridades. Enfim, esta poesia que és."

SAL: Tranqüilize-se, meu amigo Poeta, estou vencendo, tenho certeza. Ontem mesmo tive vitórias importantes que me garantem que grande parte do caminho foi percorrido em direção ao sol que brilha à tona. A Poesia me ajuda a perceber pequenos fatos que, graças a ela, adquirem sabor de triunfo.

JORGE: "O poema Fundo do Poço saiu como um exercício de empatia."

SAL: Pois lhe digo: foi um exercício bem feito que mostra a grandeza de sua alma. Empatia - essa faculdade de sentir a dor do outro como se fosse nossa - é, para mim, uma lição do sentir que é vida, lição que anda muito esquecida em nosso tempo. Pena que a preocupação me embotou o juízo (risos) e me fez desviar desse momento de vital importância.

"Um grande beijo" / Um beijo aliviado...
"Jorge" / Sal


22/12/2001

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