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Contos-->Galã de Novela Barata -- 30/01/2003 - 19:41 (cumpadri) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em tempos a sociedade ocidental foi cheia de regras, de amarras de conservadorismo, mas a certa altura os progressistas nasceram, sabe Deus ou o Diabo, e com as suas tesouras que tudo cortam libertaram o povo de termos como deveres morais, responsabilidade, respeito pelos outros e outras coisas chatas e impeditivas de se atingir a felicidade plena. Com eles nasceu a liberdade, atenção liberdade não Liberdade. Foi num desses ambientes liberais, não Liberais, que se passou a história que vou aqui relatar.

Estávamos no ano de 1990, Patrícia tinha 13 anos, rapariga bonitinha, de traços meigos e acima de tudo inocente. Os seus país, a D. Antónia e o Sr. Florêncio, eram pessoa simples de poucos estudos e de poucos recursos financeiros. Florêncio era fiel de armazém e a D. Antónia costurava para fora para ajudar o orçamento familiar, Patrícia era o orgulho e o motivo da vida destas duas pessoas. Nunca se calavam de elogiar a menina deles, e com razão, pois patrícia era uma excelente rapariga, aluna e escritora, os seus contos já a tinham ajudado a ganhar vários prémios, taças, livros e principalmente dicionários e enciclopédias. Os pais da rapariga nunca poderiam devido aos seus fracos rendimentos comprar todos aqueles livros, dicionários e enciclopédias que tão bem compõe as casas e tanta falta fazem a qualquer estudante. A cada novo livro as notas e os escritos de Patrícia melhoravam. D. Antónia preocupada com o futuro da sua única e adorada filha quando ela fez 11 anos quis enviá-la para a catequese, para que a rapariga não evoluísse apenas como estudante e escritora, mas também enquanto pessoa. Queria que a filha quando adulta não tivesse falha alguma na sua formação e dessa forma conseguisse triunfar. A resposta de Patrícia a essa ideia da mãe foi que essas coisa da religião, como moral, pecados mortais e virgindade estavam ultrapassadas, e além disso eram coisas vis, porque impediam os humanos de atingir toda a sua plenitude e a felicidade absoluta, e mais, a felicidade colectiva apenas poderia ter lugar num mundo sem regras rígidas, logo de liberdade total. A mãe ao ouvir estas palavras para si incompreensíveis resignou-se, de forma consoladora pensou a minha filha é muito mais esperta do que eu com certeza sabe o que está a dizer e também com certeza tem razão. Não mais naquela casa de família se falou de moral, respeito e responsabilidade, pois eram conceitos ultrapassados e sem qualquer utilidade num mundo que através da sua negação caminhava para a perfeição para o paraíso terrestre! A celebre frase ‘Se o paraíso existe quero-o já, depois de morto é tarde demais!’

Entretanto, 1990, mentalidade progressista, 13 anos, inocência e falta de experiência de vida, muitos sonhos de corpos que se entrelaçam nas novelas e nos contos das revistas femininas, expectativas infinitas de atingir a felicidade absoluta sem esforço algum, ali ao virar da esquina, etc., etc. e tal... No que é que deu? Uma festa liberal com gente das mais variadas idades e possuidores de diversos se não infinitos conhecimentos das artes da liberdade, logo uma festa com álcool, drogas leves e duras e sexo! Resumindo, Patrícia foi desventrada por bebidas alcoólica, L.S.D., cocaína e 20 manos que praticaram com elas todos e mais alguns tipos de sexo, vaginal, oral, anal, orelhal, nasal, pernal, quase mamal e por aí fora.

Resumo da festa, Patrícia ficou grávida. Mas este não era o pior resultado possível daquela orgia em todos os sentidos, a rapariga poderia muito bem ter contraído hepatite C. ou Sida ( AIDS como se diz no Brasil) ou outra qualquer doença venérea ou não. Futuro brilhante pela frente cerceado de repente por uma gravidez prematura, solução aborto!

- Aborto?! Nem pensar! Eu com 17 anos foi para a cama com a tua mãe é claro que isto foi no tempo da ditadura, mas aconteceu-me – os pais dela descobriram, pois assim como tu também ela engravidou, fizeram queixa de mim às autoridade e o tipo da bata preta disse-me ou 5 anos de choldra ou casamento, e eu casamento, como é claro! A minha filha iria ter um pai pobre mas honrado, nunca um ex-presidiário! Tive de assumir a responsabilidade do meu acto, agora é a tua vez! Quiseste liberdade e boa vida agora aguenta! Aborto isso é que era bom, matava-te e matava todos os que tivessem participado nesse assassinato! S e a tua mãe e os teus avós maternos tivessem deixado também tu não estarias cá! Mas estás e ainda bem, assim como o filho que carregas na barriga, que é meu neto, vai por cá andar cheio de vida e saudável e terá um avô honrado. Pois assassino é que não sou! Como é que poderia receber e amar um dia mais tarde um outro neto sabendo que já tinha participado na morte de um outro. Se tu não tens remorsos nem consciência eu tenho! Pois., liberdade, liberdade, vocês jovens deviam era caminhar para a Liberdade com ‘L’ maiúsculo, mas contentam-se simplesmente com a de ‘l’ minúsculo. Mas a de ‘L’ maiúsculo primeiro exige trabalho, regras, respeito e responsabilidade e só depois é que dá direitos, é claro que essa não vos interessa, pensam que têm direito a tudo o que os pais tiveram e não tiveram acesso sem esforço algum, mas Patrícia pelo pouco que consegui tive de me esforçar e tu sabias disso nunca te escondemos as nossas dificuldades como é que foste acreditar que a felicidade estava ali ao virar da esquina, numa festa, numa palavra, numa reivindicação. Minha filha como foste tão boba, tão inocente, nunca quiseste ouvir os velhotes, pois estavam ultrapassados, o certo é que também já fomos jovens e tivemos os mesmos sonhos que tu, só que demos mais ouvidos aos nossos pais e aos nossos avós do que tu algumas vez destes, eles estavam tão ultrapassados em relação a nós, como nós estamos em relação a ti, só que os mais velhos possuem em excesso aquilo que falta aos jovens experiência, conhecemos muito bem o preço a pagar pelos nossos actos e pelos dos outros, o teu filho é o preço que pagarás pelo tua irresponsabilidade, mas se fores suficientemente inteligente o bebé não será um fardo para ti, mas uma benção.

Patrícia ouviu o pai em silêncio, era certo que não tinha razão em todo o que afirmou, mas alguma razão ele tinha. A rapariga estava arrependida de não ter dado ouvidos aos pais há mais tempo, talvez agora não estivesse grávida, até a ideia de casar virgem que tanto odiou num passado recente neste momento parecia-lhe a ideia mais sensata de todas as que tinha ouvido até então, se o seu bebé fosse uma menina ela nunca a deixaria entregar o seu corpo a um homem diferente do marido. Mais uma vez sonhos inocentes de menina inexperiente, a sua filha iria com certeza dizer-lhe os mesmo disparates que Patrícia disse aos seus pais quando estes lhe falaram de virgindade.

Nem tudo o que o pai dissera era verdade, por exemplo estamos em 1990, Patrícia nasceu em 1977, a ditadura em Portugal terminou em 1974... A avó paterna de Patrícia poucos dias antes de falecer chamou-a e contou-lhe um segredo de família: Minha netinha as famílias por vezes guardam segredos, ou pelos menos têm assuntos sobre os quais não gostam de falar. O teu avô Jacinto como tu sabes sempre foi um homem de trato difícil, nunca gostou muito do Florêncio. Os teus pais conheceram-se e amaram-se desde muito novos, mas o raio do Jacinto nunca gostou desse arranjo, queria para a filho um partido melhor. O teu pai em 1967, ele tinha 18 anos e ela 16, engravidou propositadamente a tua mãe e aos pais dela que nunca se casaria com a filha. Como o Jacinto sempre foi torto queixou-se às autoridades do meu filho e assim com a benção do juiz lá se casaram, só que o bebé nasceu morto, os teus pais encararam esse facto como um castigo dos céus pela sua mentira e ainda por cima a tua mãe levou quase 10 anos a engravidar novamente . É claro que na posse destes conhecimentos e dada a reação do pai à palavra aborto, Patrícia nunca iria abortar.

Falando agora do pai do futuro bebé, Patrícia naquele assombrosa festa cruzou-se, digamos, com o homem dos seus sonhos, alto, espadaúdo, olhos azuis, cabelos longos e louros, pose de galã de novela barato e conto de revista feminina, era a sua oportunidade de ser feliz para sempre, queria ir ter com ele dizer-lhe que o amava e que juntos seriam felizes para toda a eternidade, viveriam no Paraíso Terrestre!, só que não tinha coragem para o fazer no seu estado normal, por isso começou a emborcar uns copos, a coragem não veio, depois L.S.D., nessa altura sentiu já viver no mundo das maravilhas e dos prodígios, entretanto veio a indisposição e a depressão, como é claro alguém experiente veio com cocaína e devolveu-a aos mundos encantados e inconscientes, ora corpo meio inconsciente naquelas festas é corpo a usar, e foi usado... Durante as suas experiências mais animais que sexuais Patrícia imaginou que os seus parceiros eram o tal galã, só que este era maduro demais para ligar ao corpo imóvel de uma miúda de 13 anos completamente drogada, na realidade os seus parceiros eram jovens borbulhentos e sexualmente inexperientes com os quais nenhuma rapariga no seu estado normal quereria fazer sexo! Assim quando o galã teve de provar em tribunal que não era o pai do filho de Patrícia nada mais fácil, e como é óbvio encontrar o verdadeiro pai nada mais difícil, qualquer jovem ao ser interrogado jurava aos pés juntos nunca ter participado em festas daquele tipo, muito menos naquela em particular, quem é que queria assumir as responsabilidades de ter frequentado tais antros de devassidão!

O falatório na cidade de Patrícia foi por demais, o que levou os pais dela a mudarem de cidade. À socapa o Sr. Florêncio comprou uma casa e arranjou emprego na cidade A..., na madrugada da véspera de se apresentar ao novo patrão Florêncio pegou na mulher, na filha e no neto enfiou-os no carro e meteu-se à estrada, só que um camionista bêbado de sono enfiou-se contra eles. O camião e o carro ficaram desfeitos, apenas sobreviveram Patrícia e o bebé. A rapariga a muito custo e quase inconscientemente conseguiu libertar-se e libertar o seus filhos dos destroços, olhou sem ver os pais mortos, depois dirigiu-se ao motorista que jazia no meio da estrada a dois metros do carro de seus pais, não era nem mais nem menos que o galã de novela barata por quem se tinha apaixonado.

- Meu amor!

A rapariga dirigiu-se apressadamente ao seu carro gritando:

- Mãe, mãe importastes de segurar o menino, nem sabes quem encontrei ali a dormir na estrada?!

Só nesta altura a rapariga caiu na realidade, os seus pais e aquele que a faria feliz para sempre estavam mortos, o desespero invadiu-a, olhou novamente o galã, aproximou-se dele, sentou o menino na estrada para o poder acariciar com ambas as mãos, no peito encontrou uma saliência estranha, abriu-lhe o blusão de cabedal castanho, um coldre e uma pistola enfiada nele, retirou-a. Depois olhou para o seu filho e em seguida para o infinito mas não o viu, isto é não o sentiu, não tinha esperanças, ainda com a arma na mão pegou no bebé que chorava desalmadamente, como se algo ainda mais terrível estivesse para acontecer. Para lá da berma direita da estrada uma floresta escura e medonha, foi para onde a rapariga se dirigiu. Alguns minutos depois da mãe e do filho se terem enterrado naquele mundo perdido ouviram-se dois tiros...


P.S. Conto não corrigido, fá-lo-ei quando tiver mais tempo e paciência...

Será houver partes incompreensíveis agradecia que me dissessem as coisas geralmente não me saem muito bem à primeiro, preciso sempre de fazer algumas revisões.
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