(uma crónica baseada em fatos verídicos por Mariana Antonelli)
De tarde sempre a mesma coisa: computador, estudos, vista cansada, ICQ com uma amiga, ICQ com outro amigo, ICQ com aquele carinha que te chama para sair há séculos, ICQ com o carinha que você quer sair há séculos, mas não tem coragem de convidar.
Chega a noite, hora de ir malhar. Mas ontem o dia não estava para isso. Ontem o dia, ou melhor, a noite, estava para se embriagar e rir com os amigos. E não deu outra! Telefone em punho, 1, 2, 3 e já: ligo para Vanessa, falo com a Dani e pronto!
Tomo meu banho, me arrumo e vou catar alegremente a chave do carro. Mas onde está a chave da caranga? Procuro feito louca pelos quatro cantos da casa. Não acho a maldita. Ligo para o incompetente do meu irmão...e...Pimba! É lógico! Roubar chave do carro é coisa de irmão.
Perco um pouco do meu tempo e ligo novamente para a Dani:
- Dani? E aí? Que horas combinou lá?
- Fala, Mari!! Tó saindo daqui agora com o Gustavo. A Vanessa já tá indo também e vai levar a Sabrina e a Flávia. Você tá vindo, não é?
- Estoooooooouuuuu...(sabe aquele estou meio que "daqui a uma hora tó aí", mas estou? Pois é...)
- Então te encontro lá daqui a meia hora! Beijos.
Pego carro e vou voando.
Chego lá (depois de ter trocado um pneu que furou...pois é!) e, ainda do lado de fora do lugar marcado, já ouço nitidamente as gargalhadas histéricas. Penso: "Não vai ser difícil de achar a mesa!"
Vou acompanhando os estridentes berros e risadas entorpecidas de muita loucura e, enfim, chego até aquele bando de jornalistas, todos com suas respectivas canecas de chopp entupidas daquele suco amarelo amargo. Uma alegria reinava na mesa...Abracei todo mundo, dei beiijinhos e me sentei para iniciarmos a segunda etapa de papo furado característico de uma mesa bar!
Que delícia é ter uma noite assim: falando de coisas que aconteceram na faculdade, na festa de formatura, de pessoas altamente bizarras da faculdade, das roupas bem humoradas que a Vanessa colocava para enfrentar a rotina cansativa do dia-a-dia na PUC (para os íntimos, rotina "puquiana")! Ou então escutar como foi o trabalho da Dani e do Gustavo no X-Games, que rendeu ótimas piadas e muitas gargalhadas... e se debater de rir com Vanessa, compenetrada no seu processo de deliciar-se com um pudim de leite, depois de dar uma golada na caneca de chopp e um trago no cigarro. Praticamente arrotava chopp e pudim quando soltava a fumaça do cigarro.
E a compostura da nossa mesa? Bonito se ver, minha gente...Eu já caindo da cadeira de tanto gargalhar (e alto, lógico...bem "discretamente" como é de minha humilde pessoa), falando sobre sexo e rock n roll com Gustavo (quando eu fico em estado de alegria só quero falar disso) e dos tapas e beijos que nossa galera já se deu durante este tempo...
Ainda tiveram que me aturar falando sobre a minha busca espiritual. E olha que eu nem bebi e já estava achando que eu não era mais eu, e que era necessário ir para uma RAVE de três dias, junto de uma tribo indígena, para me achar na multidão psicodélica. Papo de maluca...
Mas como é bom voltar para casa assim. Satisfeita, até mesmo, com as caras feias que o garçom fazia para nós. Como é prazeroso dormir rindo e ainda acordar gargalhando pelo simples motivo de Ter tirado uma noite para sair com seus amigos - que fazem seus dias normais serem mais uma boa razão para se continuar em frente!
Um brinde, então!
(IIIIIIIhhhhhhh....! Esqueci que ainda são 9 horas da manhã e muito trabalho me espera. Mas não faz mal...Deixa o brinde para a próxima semana, se Deus quiser...e o garçom deixar!)
