Ousadia
O futuro é verbo que não conjugo
Faço do presente meu estandarte,
Jogo a semente do novo dia
Na boca da madrugada,
E nessa cartada sem avalista,
Arrisco todas as minhas fichas
No jogo da vida,
É preciso além da sorte,
Um pouco de arte
Àquele que parte com as mãos vazias,
É parceiro da morte
Companheiro da agonia,
Por um dia
O guerreiro de verdade,
Jamais esmorece e nem esquece
Que perder uma batalha
Faz parte da escalada,
Que inicia na subida da serra
Num canto qualquer da vastidão da terra
Caindo e levantando,
Rindo ou chorando,
O que vale, meu amigo,
É ganhar a guerra,
Com ou sem critérios
Afinal o mar é cheio de mistérios
O canto da sereia,
Que seduz o pobre marinheiro
É o mesmo que balança o guerreiro
Que traz no peito,
A vitória de tantos feitos
Comemorados em braços solteiros
Na solidão de infindáveis leitos
Mentora da minha própria guerra,
Avalista do meu dia,
Assumo todos os riscos,
Aposto todas as minhas fichas
Na esperança de vivê-lo por inteiro,
Sem a garantia de amanhecê-lo
Morgana
Rio de Janeiro, 19/04/03
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