Que opções me restam...
Se a chave que abre a porta
Para a liberdade, nunca a possuí?
Se fui conivente à vida,
Fazendo-me vítima do dia-a-dia ?
Se quando sorri, ninguém estava
Ao meu lado sorrindo comigo ?
Se quando minhas lágrimas rolaram,
Apenas o silêncio era meu companheiro.
Se ao deitar à noite, as estrelas
Permaneciam estáticas aos meus pedidos?
Se quando todos festejavam datas importantes...
Eu não era lembrada como digna
Desta celebração?
Então, o que me resta ?
Se a solidão é minha trágica companheira?
Se a felicidade não me reconhece?
Se as decepções, participam de minha ceia?
Que opções possuo?
E,calada permaneço...
Minhas palavras não ecoam...
Meus gritos estão abafados !
Meus desejos sufocados pelo medo de viver!
Minha vida, uma flor perdida num deserto...
O que me resta ?
Sonhos ?
Acordar e esperar pela noite?
Rezar juntamente com a solidão ,
Resta-me !
Quem sabe esta chave reapareça...
E me faça abrir esta porta tão emperrada...
Tão forte, que me assusta,
Faz-me sentir-me incapaz,
Triste, impotente e infeliz !
Ouve Senhor o meu pedido
E liberte, os que como eu
Vivem e revivem,
Apenas ,momentos de solidão !
Se minha prece for atendida,
Já não estarei mais
Tão sozinha !
Amém !
ISABEL BENEDITO DOS SANTOS |
