Realizei
o crime perfeito,
subtraí
dos teus olhos os meus defeitos.
Encobri
cada pista desse feito,
desvaneci
(sem delito não há suspeito).
Meu avô já dizia,
a impunidade é fantasia.
Talvez,
seja verdade...
Carrego
a sentença no coração,
condenado
(perpetuamente)
pelo teu sorriso inocente,
onde está a perfeição?
Resta
uma secreta esperança.
Rendido
à danação, ao despeito,
das barras desse crânio,
eu emirja,
tomado o banho,
cara lavada,
no teu abraço, refeito,
de volta à estrada.
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