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Poesias-->Os corpos dormem na noite inclinada -- 22/04/2003 - 07:56 (joão manuel vilela rasteiro) |
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Os corpos dormem na noite inclinada
e são o ar que se exala das pedras.
Por eles escorregam sonhos inclinados:
a agonia leve do orvalho.
Unidos os corpos nos cotovelos, unidos
respirando, sugando
a meada sobreposta aos cânticos de corpos.
Sob a pele o ímpeto do desejo aberto
com suas gárgulas íntimas e seus
aromas de pétalas inclinadas.Corajosas
cicatrizes absorvendo o ímpeto.
Meus pulmões unidos aos corpos dormindo.
Falo do arco gótico da água
e da flecha que fecunda os crivos da manhã.
Toda a luz sugerida na pulsação materna
no seu tempo em que se prevê dia.
Eis como o corpo em torpor embriagado:
sobre o mel e as raízes.
Sorrindo ao desejo deslumbrante do movimento.
Este, isto - corpo quente, terra molhada.
in, inédito - 2003 |
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