Usina de Letras
Usina de Letras
13 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->CENORíCIA -- 24/10/2002 - 02:20 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O pai, um mecànico machista, chamava-se Cenoberto. A mãe foi batizada de Aparícia. Devido a essa mania de fundir os nomes dos pais, a menina recebeu o indigesto nome de Cenorícia.
- Foi uma homenagem, minha filha. Você é o sinal de nossa estreita união. Isso, ninguém pode lhe tirar.
- Preferia que a união de vocês não fosse tããão estreita.
Na escola, os colegas a atormentavam: digam o nome de três legumes! Nabo, chuchu...E o que mais? Cenorícia!
Quando ficou mocinha, mais de uma paquera foi abortada, na hora de dizer o nome ao pretendente. Ia para casa frustrada, fula da vida. Por que ela? Por que essa maldição de nome? A irmã chamava-se Ângela. E o irmão, Juarez: também era um nome normal.
As amigas sugeriam que ela trocasse de nome, arrumasse um pseudónimo. Veja aí os artistas. A maioria usa pseudónimo porque eles têm nomes horríveis. O Paulo Gracindo chamava-se Pelópidas. O Lima Duarte, Ariclenes. Até a Glória Menezes, a Tónia Carrero...
Até para pegar serviço era complicado. Ia fazer ficha, na hora de dizer o nome ouvia os risinhos ao redor: no momento não temos vaga, dona Cenorícia. Tente na feira de verduras.
Um dia, em uma festinha, encontrou o par ideal. Era um rapaz alto, estudante de Engenharia. Discreto, meio caladão, tinha o futuro assegurado nas empresas da família. Um partidão! Houve entre os dois uma atração instantànea, como dois fios de pólos opostos. Olhares, sorrisos e afinal um esbarrão casual, ou quase casual. Aí veio o momento terrível, aquele da pergunta: posso saber seu nome?
- Cenorícia! - disse receosa, e se abaixou involuntariamente para que, no acesso de riso, ele não lhe respingasse saliva. Mas o rapaz não riu, apenas a olhou com olhar adocicado. Sentiu que era amor para toda vida. Achara alguém que não se incomodava com seu maldito nome. E nem podia. Afinal de contas, ele se chamava Pepinovaldo.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui