Era sábado, véspera do feriado de sete de setembro, quando chegamos a pequena cidade de Palmácia. Estava indo a Guaramiranga, outra cidade serrana, mas, tive que me deter por algum tempo em Palmácia, já que estava sendo realizado o tradicional e cívico desfile de sete de setembro, e a principal avenida por onde iriamos passar estava interditado devido ao desfile, e como estávamos a passeio e sem pressa, eu e minha esposa Rosinha decidimos esperar o desfile terminar.Procuramos a sombra de uma frondosa árvore e ficamos a ver o desfile. Foi quando um senhor muito simpático chegou próximo a nós e começou a puxar assunto, entre o desfile de uma e outra escola, os assuntos foram se diversificando, desde a sua passagem pela banda municipal até sua aprovação para o quadro de funcionário público de Palmácia. Sempre fui um estudioso da natureza humana, e quando estou em ambientes assim, em pequenas cidades, no interior, gosto deste contato pessoal, pois na simplicidade do homem interiorano, conseguimos tirar lições importantíssimas.O homem do interior tem uma visão diferenciada da vida, que muitas vezes nós cidadãos urbanos não conseguimos captar. Numa determinada hora de nossa conversa, chegamos ao assunto “politica”, o que incluiu os diversos desmandos, obras inacabadas, absurdos das gestões passadas, e a desvalorização dos funcionários públicos, e em meio a sua indignação seu Edson soltou uma pérola, que eu chamei de a autêntica filosofia de seu Edson.Disse ele: Eu comparo os políticos a um filho viciado em crack, onde a mãe é o estado, ele rouba tudo o que vê pela frente, a mãe sofre muito mas, ele não tem piedade nem misericórdia da mãe, tudo o que esta a sua frente ele rouba pra sustentar seu vicio. Eu fiquei refletindo sobre esta filosofia, de alguém simples do povo, de alguém que não teve uma formação superior, nem cursos em nenhuma faculdade renomada, mas, de alguém formado na escola da vida. Nesta época de campanha eleitoral, vale a pena fazer uma reflexão, e com o voto impedir que a mãe (estado) continue a sofrer.
José Flávio Neres Freitas |
