Usina de Letras
Usina de Letras
149 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50608)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Não me pergunte o porquê -- 24/10/2002 - 15:07 (Dum de Lucca Neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Sondando as discórdias sonolentas que atacam os dias e noites. Olhando as madrugadas. Escrevendo versos esparsos. Isso é o retrato dos problemas que ficam pelo vento. Quando gastamos os melhores anos de nossas vidas e pensamos que as escadas de ouro desembocam no céu, como aquela música do Led Zeppelin. Imperfeito feito. Rarefeito simbolismo idiota. Agora você pensa que tudo pode voltar. Mas, ninguém nasce de novo. Pelo menos a mesma vida física. E você me pergunta, por quê? Não me pergunte, não tenho as respostas. Eu sempre amei os teus olhos. As loucuras. As alvoradas remanescentes dos milagres da paixão. Olhos sacudindo de encontro a teus botões castanhos. Promessas doces promessas. Monumentos de senhores pensadores. Não me pergunte o por que. Viajando sozinho num promontório enfeitiçado, tirano e vil, de corpo liso. Pensando em textos escritos sob o fogo. E então você gasta os seus melhores dias e depois pergunta, por quê? I love you anymore. Perco-me defronte memórias e sonhos. Como um turbilhão. Disponho meus braços em feitiços da terra. Tudo se dissipa. Odores e beijos, tudo é muito difícil, tudo roda como o cataclisma da existência. Pensar é atormentar a alma. O fundo sem retorno da sensibilidade. Você agora não pode olhar no espelho. E então se pergunta, porquê? Toco na lua, no mar, com a ponta da língua. Estropio meus pensamentos efetivos. Como um desejo alcançável. Dramático, grego. Como um guerreiro ferido nas centúrias de Nostradamus. Como uma grande águia aterradora edificando valores sagrados em tempos imemoriáveis. Como uma canção que emociona e faz arrepiar a pele até a mais íntima e acalentadora onda de sexo. Como o escuro gelado que dá medo.
Milagre dos milagres. Brilha como a luz depois da morte, me abraça com a força de um dia de trabalho suado. Sensação de paz. Toques suaves, dentes cerrados em volta dos dedos entrelaçados. Faces disformes nas lembranças, fomes sanguinárias das desigualdades. Uma bela transada em ritmo denso. Pragmática e lambuzada com amor. Lentidão e rapidez em libidinosos compassos. Lembrança. Tentação sob o sol de Pinhal. Mato, cachoeiras, solidão. Porquê? Não me pergunte. Oceanos e sombras marcando o arrastar dos passos pela estrada. Frio. Dias e noites perambulando num passeio sem rumo. Amigos voando. Dispersos pelo mundo. Antecipando a amargura, a largura da emoção de criar poesias. Talvez a incapacidade de compreender e viver. De comover, mas será preciso? De fazer desatormentar e desanuviar. Oportunidades caramelizadas pelo fogo do tercerio mundo. Flamejantes linhas de computadores das favelas que se estendem até as prótofases. Museus e teatros. Sujeira e esgoto. Ferraris e Bmws. Tiros de 45 e enchentes nos barracos. Porquê? Não me pergunte. Apenas ando sintetizando, pirando. Refazendo a análise conceitual de uma viela da baixada fluminense com a rue de Rivoli, em Paris. Milagres e beijos astrofísicos. Criando e destruindo nosso próprio mundo. Afinal, de que serve a poesia? A consciência cósmica? As cavernas potentes? Toscas imagens humanas arrebentadas, enforcadas nas esperanças do mundo da ficção científica que falava de um 2001 melhor. Trajetos quando nos encontrávamos, agora parece que o tempo se foi numa triste história de esfriamento e esquecimento. Tudo cansa. A pobreza, a mentira, o mercado, a comunicação alucinada, os discos voadores, os mantras e a yoga. A futilidade enrustida, as mentiras, e principalmente a falta de transparência. Assim, não venha me perguntar porquê eu mudei de idéia. Porquê eu mudei meu jeito de ser. Sondando discórdias de um coração enfeitiçado por um velho novo real amor. Viajando. Olhando o céu e seus movimentos difusos. Tudo é confuso, mas ao mesmo tempo tão lúcido. O calor é insuportável, o homem faz o embrulho e a natureza se defende, como pode, indefesa. Milagres. Deus é uma bala, rápida e fulgaz, verdadeira e emotivamente grande. Um míssel apontado contra as vaidades. O que importa é adocicar todas as recordações possíveis nas praias do norte e nas montanhas. Tivemos mar e terra, água e ar. Quem sabe o que poderemos ter? Atravessando ponte multipintadas osmosiosamente. Correndo, correndo, sem orgulho ou medo. Tudo é muito contraditório como um assassinato por amor.
E mesmo assim penso em ti. No fim da estrada sinto aquele aroma de manga que emana de dentro de você. Processo psicológico, espiritual e sexual. Subconsciente. Grito de dor visceral, é bom, é de amor. Mas não me pergunte o porque de tudo isso, essas sensações. Talvez eu não soubesse te falar, pelo menos agora. Reações. Assuntos diversos. Letras armadas, dispostas, sobre o teclado. Sobressaltos, gritos na noite, metáforas no século 21. Tudo busca onde existe luta, dor, propriamente dita, mas não de sofrimento, pois os poetas são platónicos por natureza, e sabem dispor a seu bel prazer. E, reverenciar, esperar.
Instantes de vitalidade inventados pelos nervos para fazer sentir os sentimentos reais, até as angústias. Exasperantes, infinitos, saborosos, e enriquecedores. Sem voz nem momentos. Vivo no tempo, sem privilégios, sem signos de nobreza. Mas às vezes vem a suspeita, rarefeita. Como o fluir de um amor karmático, do sangue entre nossos olhos que se encontram bem no fundo da alma. Como fragmentos fortes e por vezes cruéis. Nos meios fios da vida. Dor é realidade. Porquê? Não me pergunte. Mas ela é essencial, transformadora e vital. Onde estão todos? Onde está você? Onde estou eu? Esse mundo é lindo, bestial e feroz, trivial e cósmico. Dor e mundo. Indissolúveis e inseparáveis. É como o amor impalpável. Que escapa de toda busca e luta. Pobreza e riqueza. Eis uma coisa que eu gostaria de entender entre as muitas que não compreendo. Tudo está na cabeça, no coração, no espírito. Belo, feio, certo, errado, de uma realidade de partículas. Tudo a sangrar pelas narinas estomacais. Porquê? O que traz conclusões produz fortes elementos, sentimentos aguçados. Energia do mar. Espuma, ondas, gosto de sal, fabricando uma lógica artística. Distorções e realidades são tão grandes como o movimento do teu corpo por cima do meu. Cotidiano de criar o minimalismo de um pensamento mecànico. Programas, softwares, fibras óticas e tudo mais. Talvez por isso as divagações e o lirísmo não sirvam de nada. Doce ilusão de poeta. Amor e ódio. Arte e energia para a criação. Lirismo também é tristeza. Amor é desejo. A noite é solidão e pode trazer o medo. Uma conclusão que me faz caçador de mim. Ter força para superar as armadilhas, uma luz que atormenta, mas que edifica e acalenta. Um espectro que não sei para onde vai. A música é fundamental, ela está sempre comigo. O mundo roda, essa orbe colorida, vejo todos os objetos. A beleza dos riachos de cristal onde você viaja nos meus pensamentos e o lixo nos córregos de diamante. Os silêncios essenciais. Acho que achamos a razão. Fotografias, desenhos. Parar os escargots do tempo. Estrelas e chuva. Minha alma que corre junto a tua. Sensações que se transformam em amor e dor. Química do corpo. Transeuropean Express. Afinal, o que fazer? Labirinto de canções de amor. Olho pro céu dos teus olhos. Estranho espanto. Forças motrizes da alma, da arte. Forma curativa do espírito. Insanidade e saudades. Diderot, Cacteau, Jung, Garcia Marquez e seus doze contos peregrinos magníficos. Complacência é alma boa. O deserto me chama para si. Escorre uma lágrima salgada. Isso aquece, é feliz. Os dedos ficam indecisos, as atitudes idem, Um silêncio escuro. Lady Jane, toda essa terra vai se consumir como um mistério no ar.

.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui