ESCONJURO!
Maria morena
foi moça formosa,
cabrocha dengosa,
mulher, mulherão!
Cantada nas praças,
nas vilas, nas praias,
nas ruas dos morros,
no cais, sagração!
De olhar de graúna,
de peito de pomba,
trazia no corpo
perfume tão bom!
E no coração
o trote, fogoso,
de um garanhão.
Maria passava,
passavam olhares,
surgiam falares
de amor e paixão.
Sorria Maria,
o céu se abria,
colares de estrelas,
beleza sem par.
Falava Maria
- de meigo falar -
na voz sensual,
promessas, sussurros
de jura banal.
Mulher sensação,
invejas causando,
amores roubando,
com olhos de laços,
mulher perdição!
De noite e de dia,
nas marcas dos passos,
surgiram mandingas,
esconjuração.
Sumiu a Maria!
Que foi, onde iria?
Somente o Tinhoso
tem a explicação...
|