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Artigos-->KATSUÉ KITASONO - DADOS E INFORMAÇÕES -- 02/02/2015 - 16:55 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 



                                                                                                                        KATSUÉ KITASONO – DADOS E INFORMAÇÕES



 



                                                                                                                                                                                                L. C. Vinholes



 



          Sobre kemuri no chokusen ou La Droitede la Fumeé, Kitasono registrou, em fevereiro de 1959: "os poemas escritos em 1956, depois de que, em setembro deste mesmo ano, publiquei, pela Kokubunsha, a coletânea bigode de vidro (garasu no hige), e os de 1957, estão reunidos neste trabalho intitulado Linha reta da fumaça, minha 19ª coleção de poemas".



          Esta informação parece não ser exata uma vez que o segundo poema da antologia intitulado teatro do branco (shiro no shibai), pode ser lido à  páginas 14 da revista VOU nº 51, de maio de 1956.



          São 200 exemplares lançados em 15 de fevereiro de 1959, também pela editora Kokubunsha (Editor: Maejima Koshie, 3-10 Hinode-cho, Toshima-ku, Tokyo), 20 dos quais em tiragem de luxo, assinados pelo autor, com capa de papelão e caixa de couro, e 180, também numerados e com invóucro de papelão especial.



          Na revista VOU nº 58, de novembro de 1957, Kitasono  publicou o poema espaço monotono (tanchona kukan) que figura no final da citada antologia. Isto mostra que a ordem dos poemas de Kitasono em suas antologias não é  a cronológica e que nela o autor encontra alguma razão para justificá-la. Comparando os dois textos nota-se que na 36a. linha, na versão de 57, Kitasono usou a palavra cigarro (tabako) e na de 59 a palavra fumaça (kemuri), a mesma do título da antologia. Conclui-se que Kitasono, com o passar do tempo, burilava os seus textos, introduzindo as modificações que julgava serem próprias. Observa-se ainda que na revista o poema figura em linhas horizontais de aparência mais moderna aos olhos japoneses e que na antologia este mesmo poema e os demais foram compostos em linhas verticais, escolha de carater mais de acordo com a tradição japonesa. Em japonês, é horizontalmente que são escritos os textos científicos e foram estes os que, com suas fórmulas, exigiram uma modificação da posição da escrita.



          Em maio de 1958, tanchona kukan, em tradução para o português de Haroldo de Campos e Santana do Carmo, foi publicado no Suplemento Literário do jornal O Estado de São Paulo, no corpo do ensaio Poesia Concreta no Japão: Kitsono Katsue, que aquele escreveu.



          A versão em português de Haroldo de Campos foi incluída às páginas 15 e 16 da revista VOU nº 63 (09.1958). Esta mesma versão e uma outra em inglês serviram de base à  fragmentada, em alemão, publicada na Kleine anthologie Konkreter Poesie da revista Spirale nº  8 (1960), e ditada por Eugen Gomringer. à página 43 desta revista, na qual figura a foto de Kitasono, o texto em japonês romanizado e a versão em alemão, foi reproduzida à página 28 da VOU nº 79 (jan.fev.1961). A versão inglesa acima citada, também de Haroldo de Campos, foi incluída na An Anthology of Concrete Poetry (1967) editada por Emmett Williams.



          monotonia do espaço vazio é a tradução que Haroldo de Campos deu para tanchona kukan. No texto do poema também poderão ser encontradas algumas diferenças se comparado com o meu. Sobre isto Haroldo e eu trocamos idéias mediante correspondência,   em  abril de 1961.



          Traduzi a antologia kemuri no chokusen para o português em 1963/64. O texto original e a tradução foram lidos, respectivamente por Kyoko Torisawa e por mim, no seminário/mesa redonda, em 20 de junho de 1964, como parte do programa da Exposição Internacional de Poesia Concreta, realizada no auditório do Sogetsu Kaikan, em Tokyo. ao público foram distribuídos 100 exemplares mimeografados com os dois textos.



A REVISTA VOU



          A revista VOU foi criada por Kitasono em julho de 1935 em colaboração com Iwamoto Shuzo, dando início assim ao Grupo VOU  que acolheria centenas de jovens poetas entre os quais muitos tiveram e tem singular destaque. Anos depois Iwamoto Shuzo  criaria, separadamente, o Grupo Pan Poesie e a revista do mesmo nome, também de singular importância na história da poesia de vanguarda no Japão. VOU, revista e grupo, deixou de existir entre outubro de 1940 e dezembro de 1946, período durante o qual Kitasono produziu as antologias ovo duro e usos. Esta reune vinte e seis poemas dos anos 1940 a 1942 parte dos quais escrita durante a Guerra do Pacífico o que se vê fortemente refletido no clima sombrio e vazio que os poemas cantam. usos, assim como a antologia kon, de 1936, tem como tema o regional, o caraterístico do Japão.



          A revista VOU, na qual os vouistas "experiment leurs intentions litteraires et artistiques", divulgou poemas e ensaios assinados por Kitasono e por outros integrantes do grupo VOU que são de incalculável importância para o estudo da poesia moderna do Japão e das origens das influências por ela sofridas. Divulgou estudos e manifestos diversos entre os quais, no nº 95 (6.7.64) o Plano Piloto da Poesia Concreta Brasileira, em trdução para o japonês feita pelo próprio Kitasono com base no texto em francês publicado na revista Le Lettres nº 31 (VII/IX.63), dirigida por Pierre Garnier.



          Talvez a orientação dada à revista VOU por Kitasono possa ser apreciada se observarmos que nas capas figura sempre uma sentença que foi mudando com os anos e com os interesses do grupo: "Etiam Capillus Habet Urbram Suam" (nºs 45 a 50), "Revue de la Poesia actuelle" (52 a 105) e "Revue de la Poesie Experimentale" (106 a 160).



           A única coleção completa da revista VOU, segundo o próprio Kitasono, está com a New Directions (333 Sixth Ave., New York 14, N.Y. USA).



          O  último número  da revista VOU  foi o 160, de junho de 1978, quando com Kitasono faziam parte do Grupo VOU os poetas Tsuji Setsuko, Ito Isao, Fukuda Kazuhiko, Seki Shiro, Tamura Koh, Jinbo Keisuke, Shimamura Ryo, Tabei Takeshi, Wakabayashi Mitsue, Torii Ryozen, Okazaki Katsuhiko, Sawada Shinichi, Kiyohara Etsushi, Hibino Fumiko, Tsukatani Akihiro, Funaki Hitoshi, Shimizu Toshihiko, Shimizu Masato, Kusakai Toshio, Yoda Yoshiharu, Morimoto Hidekazu, Hano Yoshiro, Okunari Tatsu, Torii Shozo, Suzuki Takashi e Kida Tatsuya.



               KITASONO KATUÉ  - DADOS BIOGRÁ FICOS



          Nasceu em 29 de outubro de 1902, na Província de Mie, em Dokaigun Shikyomura, Oji Asakuma 16, hoje Asakuma-cho, na cidade de Ise.



     1924 janeiro - Com Takashi Nogawa, iniciou seu movimento poético, lançando a primeira edição de GE.GJMGJGAM.PRRR.GJMGEM.



     1923 abril - Com Ueda Tosio e Ueda Tamotsu, estréia suas obras publicadas por Tokuda Gidi em Bungei Tambi, juntamente com traduções de Louis Aragon, Paul Eluard e André  Breton, e torna-se membro do Grupo Sanka. Exibe um quadro a óleo intitulado Peça Teatral



     1927 dezembro - Toma parte no movimento surrealista, assinando com seus dois companheiro Ueda o manifesto datado de dezembro.



     1929 junho - Publica sua primeira antologia poética album branco (vide relação de antologias). No prefácio de Haruyama Yukio, lê-se que "no escrever poesia que não tem sentido, se experimenta a pureza da poesia. Ver sentido na poesia, significa não ir além de ver apenas literatura".



     1932 setembro - Na mostra do Grupo Nikka, exibe o quadro a oleo intitulado Background do mar. Neste mesmo ano, de parceria com Iwamoto Shuzo, inicia a publicação do periódico Madame Blanche, pela Bon-Shoten Editora.



     1933 abril - A editora Shinju Shobo lança sua coleção de ensaios lógica poética, a qual está  sob a égide da fraze Metamorphoses, moeurs et instincts des poèmes, constante da primeira página, uma obra indispensável para quem deseja conhecer a influência do surrealismo na obra de Kitasono e de todos os seus contemporâneos, principalmente na segunda metade da dê cada de 1920. Esta publicação é ilustrada com sete retratos de página inteira com os seguintes rodapés: Casaco de André Breton, O cachimbo de Jean Cocteau, O cão de Gertrude Stein, A boca de Benjamin Peret, O globo ocular de Reimon Ladrige e Um perfil de Jean Desbordes.



    1934 - Suspende a publicação da revista Madame Blanche.



 1935 julho - Com Iwamoto Shuzo (1918-1979) publica o primeiro número da revista VOU. Conhece Ezra Pound, Ronald Dunkin, James Labrin e outros. Tem poesias publicadas em Tawnsman e New Directions.



     1940 outubro - Suspende a publicação da revista VOU.



     1940 dezembro - Lança o primeiro número da Nova Arte (shin geiditsu).



     1941 fevereiro - Pela Editora Shorinsha, lança seus ensaios sobre poesia com o título chafariz das sobrancelhas.



     1946 dezembro - Retoma a publicação da revista VOU. Retoma os contactos para intercâmbio com os poetas de outros países.



     1953 março - Para os jovens poetas do Grupo VOU lança a antologia vidro azul (ao garasu).



     1955 - Inicia o movimento em prol de uma "poesia construtivista (plástica) por meio da fotografia".



     1957 setembro - Primeiros contatos com Haroldo de Campos, do Grupo Noigandres, que se intensificaram positivamente por duas décadas.



    1957 - Neste mesmo ano, publica a antologia reta da fumaça (kemuri no chokusen).



     1960 abril - Profere pequeno mas oportuno discurso na inauguração da Exposição de Poesia Concreta Brasileira, no Museu Nacional de Arte Moderna, em Kyobashi, Tokyo, texto exibido em painel à entrada da exposição e, posteriormente, trancrito na Antologia de Poesia Concreta Brasileira, com paginação do arquiteto brasileiro Alex Nicolaef, publicada pela revista mensal Design nº  27 (1.12.1961).



     1953 julho - Duas poesias suas, na versão em português, figuram na mostra da Segunda Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, da Universidade de Minas Gerais, em Belo Horizonte, organizada por Affonso Romano Sant& 39;Anna.



     1964 junho - Participa da Exposição Internacional de Poesia Concreta, no teatro Sogetsu Kaikan em Tokyo, com 28 poetas de cinco países, exibindo um trabalho de sua antoria. Neste mesmo ano, é concluída a tradução para o português, por L. C. Vinholes, da antologia kemuri no chokusen.



     1965 - Participa da The first exhibition for concret, phonetic, kinetic poetry, realizada em Londres com uma poesia plástica. Nos anos subsequentes, outras destas obras foram enviadas às mostras nos Estados Unidos da América do Norte, Inglaterra, França, Itália e Espanha.



     1967 - Em An Antologyof concret poetry, da Something Else Press, editada por Emmett Williams, publica uma poesia que ele mesmo chama de concreta na biografia que preparou para a antologia Poesia/Verso do Japão (nipon no shika) nº 25, editada pela Chuokoron, em 1975.



     1968 - Na antologia Concret poetry: a world view de Mary Ellen Solt, publicada pela Editora da Universidade de Indiana, divulga "uma poesia concreta" e nas antologias Once Again", da New Directions de Jean François Bori, e Spatialisme et poesie concrete, da Gallimard Press, divulga "poemas plásticos".



     1970 - Na antologia Imaged words & worded images (Editora E.P., Datton), de Richard Kostelanetz, divulga um "poema plástico".



     1973 - Na antologia La creativite en noir et blanc (Editora Bollero), de Gilbert Rogyo, divulga um "poema plástico".



     1981 - A revista Através, da Editora Martins Fontes de São Paulo pulica o texto original acompanhado da tradução para o português da antologia reta da fumaça, por L. C. Vinholes.





[i]Texto de 2011 reunindo e ampliando apontamentos anteriores.




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