FRASES NO INVERSO II
Quantas vezes li em seus lábios,
a frase oculta da sinceridade,
versos de verdades,
na falação das falsidades.
Quantas vezes vi repousar em sua pronuncia,
um dito amável de expressão,
frívola frase cheia de intenção.
Quantas vezes na voz entrecortada da emoção,
com os lábios entreabertos oferecendo perdão,
deixasses escapar a frase da acusação
Quantas vezes senti pelo cheiro do seu hálito,
o gosto amargo da frase degustada,
no discurso hilário, vestes do seu hábito.
Quantas vezes o rubro da sua boca
pulsou a força da frase merecida,
mas, consentistes em revelar
a crase despercebida.
Quantas vezes o morder dos seus lábios
taquigrafou a frase esperada,
e um gesto, sonorizou a mensagem que a negou.
Quantas vezes...
Citações de benevolências foram ensaiadas
no seu discurso de ida,
mais logo convertidas nos antônimos, a sua medida.
Quantas vezes você, em nenhuma das vezes
Jair Martins 16/04/03 12:20h |