CANTO DA VIDA
No galho seco da vida,
Vives os dias a cantar,
Não terás tu guarida,
Onde podes te abrigar?
Tens vida em tua vida?
Nesse galho seco, tão só!
Numa terra ressequida !
Que o vento levanta o pó!
Teu canto me atordoa,
A melodia me espanta,
No meu eu ela ressoa,
Como oração mais santa.
O que queres, então dizer?
Com esse canto tão triste?
Preciso eu, aprender.
A felicidade sempre existe!
Por favor, então me diz!
O segredo do teu ser!
Tua alegria não condiz,
Com as condições do teu viver!
- Se pudesse te falar,
Segredo deixaria de ser,
Não ias tu acreditar,
O que tinha a te dizer!
No meu canto, eu canto,
A beleza da criação,
O que tenho de mais santo,
É esta minha solidão!
No silêncio do meu eu,
Vejo a vida realmente,
Deixo tudo que é meu,
Vivo a vida livremente!.
João C. de Vasconcelos
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