Usina de Letras
Usina de Letras
14 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62285 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10388)

Erótico (13574)

Frases (50677)

Humor (20040)

Infantil (5458)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3310)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6209)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O EDIFÍCIO GLAUMIR -- 08/02/2003 - 23:55 (lira vargas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O EDIFÍCIO GLAUMIR

Na Rua Augusta no ano de 1959 entre espigões, havia uma casa velha de um casal de velhos e uma jovem.
Uma construtora mandava quase toda semana um corretor oferecer uma quantia tentadora a família para vender-lhe a casa, pois esta tinha um enorme terreno. Mas o velho Guilherme não aceitava, vivia dizendo que o que plantava era uma boa economia que fazia, pois não precisava comprar legumes. Sua esposa também gostava da natureza, sua casa era rodeada de árvores, poço d’água, e o muro eram os edifícios. Mas sua neta, Lia, sonhava com aqueles apartamentos luxuosos, aqueles janelões, quanto desejo de Ter um porteiro, de não se preocupar com ratos e cobras, mas nada falava aos avos eles a amaldiçoariam, pois já viviam dizendo que um dia um daqueles iriam cair.
Era Sábado de madrugada, quando o velho Guilherme levantou assustado pôr um barulho em seu quintal. Pensou Ter sido alguém tentando roubar verduras e tivesse levado um tombo. Mas o cachorrinho latia sem parar, o velho foi até os fundos do e de lá ouviu músicas, mas estava escuro, e voltou para apanhar sua lanterna quando procurava meio assustado sem saber onde teria sido o barulho, acompanhou os latidos do Rex, ao chegar, viu no moerão, algo esbarrou em seu rosto, era os pés de alguém, iluminou e viu uma moça cravada ali, os olhos arregalados, o moerão saia nas costas, o baque que ele ouviu foi sua bolsa que caira no zinco da casa do Rex. Ela havia sido jogada do apartamento em que havia música. No dia seguinte foi feita as investigações, aquela família não se interessara em saber porque aquela moça caira ali. Dizia o velho Guilherme que eram coisas de cidade grande, de grandes espigões.
E aquela vida monótona de Lia a perturbava, uma noite sua avó dormia, quando Lia foi em seu quarto, quando mexia no remédio da avó, esta acordou e perguntou o que havia, esta assustada saiu, alegando que não era nada. Outra noite voltou e trocou os remédios da vós, esta amanheceu morta. Lia fingiu estar desesperada, ninguém desconfiou, e foi dada como enfarte a causa da morte de Dona Amélia.
E o corretor voltava sempre, Lia sonhava com a venda da casa, mas o Sr. Guilherme não desistia, dizia que agora é que nunca sairia pois queria lembrar tantos anos que vivera com sua esposa.
E pedia a Lia que mesmo depois que ele morresse para ela não vender, pois viver com a natureza era obrigação dos cristãos. Lia fingia concordar. Um dia perguntou ao Sr. Guilherme se ainda tinha cobras no quintal, este respondeu com muito orgulho, temos cobras, ratos, mosquitos, sapos, tudo é da terra. Lia pediu ao avô para lhe dar uma cobra coral, queria te-la como cria, o velho foi contra, mas Lia insistia, e o velho Guilherme prometeu que logo arranjaria.
Havia passado os dias e Lia insistia no pedido, então o velho Guilherme passou horas a beira do poço e apanhou a cobra. Lia guardou-a no vidro, seus olhos brilharam, só faltava o avô morrer para deixa-la livre e vender a casa. Já sonhava com um apartamento bem no alto.
Era madrugada, Lia levantou bem cuidadosamente e colocou a cobra na bota do avô. Este quando levantou e calçou deu um grito, Lia tampou os ouvidos, a casa estava fechada, ninguém ouviria seus gritos de dor. Passada horas, Lira foi até o quarto do avô, ele ainda se mexia, olhava-a pedindo socorro, Lia não o olhava, o velho agonizava, estava todo inchado, tentava levantar, Lia saiu do quarto, esperava a hora final. Quando retornou o avô já havia morrido. Lia chama o médico, este informa que era tarde demais, o veneno fora fatal, Lia simula desespero igual quando na morte da avó.
Um mês depois o corretor foi lá e Lia faz a proposta, queria o dobro da quantia oferecida, e um apartamento no último andar. Foi aceita a proposta.
Quando iniciaram a limpeza do terreno, o engenheiro responsável, Dr. Alan, estava animado, pois também era sócio da construtora, o terreno era grande. Planejaram fazer um clube para os moradores, com piscina e bar. Uma tarde, quando o trator que derrubava a casa, um operário estava atras de um dos muros, este foi esmagado, tendo sido encontrado horas mais tarde.
Dr. Alan, vai para casa, ao chegar sua esposa o chamou para um jantar com amigos, mas Dr. Alan não quis, estava abalado com a morte do operário. Passado os dias quando já se erguia quase todas os pilares, dois operários brigaram e um deles esfaqueou o outro que caiu do décimo quinto andar, Dr. Alan se assustava com os acidentes, sua esposa pediu que ele saísse daquele projeto, que alegasse estar doente, mas ele insistiu em continuar a obra. Havia um operário que tinha mania de malabarismo, sempre bem humorado, fazia exibições para os outros, era o mais divertido, trabalhava na serra de vergalhões, uma tarde quando prometeu aos colegas uma exibição, foi chamado para fazer horas extras e nesse dia a serra cortou sua mão esquerda. O Dr. Alan apanhou a mão para um possível
Reimplante, mas não foi possível e o malabarista, não mais voltou para aquela obra.
O Dr. Alan deu um suspiro quando já estava terminada a obra, faltava apenas o teste elétrico, veio um engenheiro da companhia municipal para a aprovação, quando de repente uma tábua em falso caiu de uma janela batendo no poste da rua de alta tensão e o engenheiro foi totalmente eletrocutado. O Dr. Alan pensou que fosse enlouquecer, foi para casa, ficou varias horas sentado em casa fumando, sua o conformava, mas disse meio assustada que não gostaria de morar naquele edifício. O Dr. Alan comenta que tudo não passava de apenas coincidência.
E chegou o dia da inauguração, era uma maravilha, os luxuosos salões de recepção, área de lazer, piscina, iluminação especial, ar refrigerado central.
Quando o edifício já estava habitado, os acidentes já não eram mais comentados pêlos moradores, mas o Dr. Alan vivia assustado, aquele luxo o deixava preocupado. O casal tinha dois filhos, sua esposa engravidara outra vez, viviam felizes.
Um dia quando a esposa dele voltava da rua, viu um tumulto na portaria, soube então que uma empregada de um dos moradores, enlouquecera e jogou do decimo sexto andar uma criança de três anos. O Dr. Alan falou pondo as mãos no rosto: “vai começar tudo de novo”, sua esposa o acalmou, tentando explicar que foi um acidente que nada tinha a preocupar, mas ela também estava com medo.
Lia morava no vigésimo andar, como sonhara, sempre indiferente a tudo que acontecia, tornara a ser muito vaidosa.
Uma tarde o porteiro avisou que não usassem o elevador de serviço, pois havia um defeito na chave, e o mesmo não estava desligando, e esse elevador era usado para quando alguém viesse com embrulhos ou carrinho de bebê. A esposa do Dr. Alan deixou o carro na garagem e esqueceu do aviso, chamou o elevador. Ela estava com as crianças, um no carrinho e o outro no andando. Quando o elevador subiu, ela abriu a para puxar o carrinho, quando já estava com o corpo fora do mesmo, a menina de dois anos encostada, esperando sair o carrinho, nos fundos do elevador, ela tentando puxar o carrinho que agarrara a roda dianteira no piso, com o pé ela segurava a porta externa, quando de repente ouviu um estalido e o elevador desceu com tanta velocidade, ela ficou com o carrinho pendurado no ar e a criança de dois anos gritava e a do carrinho foi puxada quando o elevador acabou de cair. Helena gritou, ficou olhando aquela cratera escura, e desmaiou, os moradores saíram pêlos corredores, tentando ajuda-la, desmaiada foi para o hospital. Finalmente a tragédia chegou para o Dr. Alan. Helena em coma, recobrou os sentidos vários dias depois, tinha perdido o bebe que esperava. Mudaram do maravilhoso edifício das tragédias. Dr. Alan não falava, ficava olhando o vazio. Ficou doente.
Lia estava casada, tinha dois filhos, parecia feliz, apesar dos acidentes. Ambientara-se com aquelas pessoas da alta sociedade, seu marido era industrial. Um dia o mesmo viajou para Rio de janeiro, Lia era apaixonada pôr ele, era um pouco insegura, tinha muitos pesadelos, sempre sonhava que seu marido iria embora com outra mulher, a noite quando o avião particular decolou, Lia ficou olhando o avião sumir na noite de garoa. Quando chegou em casa foi ler um pouco, pois estava muito nervosa e logo depois recebeu a noticia de que o avião em viajava seu marido havia explodido no alto. Lia se desesperou, quando aos cuidados do médico, estava dormindo a base de remédios, sonhou com seus avós chorando, ela pedia perdão, mas eles viram o rosto e desaparecem, Lia grita e a enfermeira tenta acalma-la.
Passarem dois anos, quando seus filhos faziam aniversário no mesmo dia. Lia organizou a festa, havia muitas crianças, no pátio tinha uma piscina, na hora de cortar o bolo, ouviu-se uma mãe chamando pelo filho, Lia sentiu um calafrio, veio a imagem do sonho, seus avós chorando, e quando ela olhou em redor, a mesa estava vazia, todos os convidados estavam perto da piscina, no fundo estava o corpo de uma criança afogada, do lado de fora todos apavorados e a mãe desmaiada. Lia desesperada jogou o bolo no chão e começou a gritar e amaldiçoar seus avós, ninguém compreendeu aquela atitude.
Passado cinco meses, Lia estava em casa com as crianças e a empregada de muito confiança, conversavam, ela estava muito nervosa, já não era aquela mulher vaidosa,
agora se tornara ainda mais insegura, vivia chorando e sem paciência com as crianças.
Gritos interromperam o silencio da noite, no quarto andar, havia um grande incêndio, os corredores estavam tomados pelo fogo. Lia pediu calma as crianças e a empregada, disse que eles estavam muito alto e que daria tempo dos bombeiros chegarem, pôr via aérea, foi um verdadeiro inferno, já de cima Lia via a luta dos bombeiros, pessoas se jogando pelas janelas, outras subiam desesperadas e batiam em sua porta.
Passava o tempo quando um helicóptero tentava apanhar as pessoas que se encontravam no alto do edifício. De repente a corda do helicóptero arrebenta e cai perto das caixas dägua, Lia teve uma idéia, desceria pôr ela, pois era bem comprida. E começara a descida de sua janela, pois ficava mais próxima do terreno, decima um a um, as crianças amarradas pela cintura, quando chegou sua vez, ela estava sorrindo como estivesse vitoriosa, o fogo já estava no decimo quinto andar, a corda passaria pela empena do edifício, o calor era intenso, quando ouviram os gritos dos bombeiros para que a área fosse recuada, pois o edifício não suportaria pôr muito tempo, Lia estava descendo pela corda já perto do chão, os que estavam no alto apressavam a descida,, havia muitas pessoas, o tempo era pouco. Quando Lia já estava mais ou menos no terceiro andar, houve uma explosão, no meio daquela fumaça preta, o edifico desabou, juntamente com o corpo da grande sonhadora, Lia virou uma enorme fogueira.
No dia seguinte, ainda saindo fumaça, o grande edifício amontoado, era um lixo no quintal do velho Guilherme e era machete em todas os jornais.
Fica a critério do leitor a interpretação dessa história, era uma serie de acidentes pôr coincidências? Ou uma maldição dos avós de Lia?
Lira Vargas.


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui