MUNDO EM VÃO, FANTASIA!
Cai à noite nublada
Instinto negrúme, nevada...
Devassa vida agitada
Olfato sentindo odores
Dos corpos libidinosos
Que já foram meus amores
Nada vem, nada vai,
Todos dentro dum cubicúlo,
Tudo contido num circulo,
Um mundo sem coerência
...Mundo em vão, fantasia.
Imagem feminina,
Sem orgãos de menina.
Corpo de mulher
Espirito de homem.
Será homem ou será mulher?
Não! Não sei quem é!
Dum cigarro á ilusão,
Dum pó á imaginação,
Dum perfume, uma viagem,
De este ser apenas a imagem
Das lágrimas do coração.
Para o pobre pouca razão
Para o rico sabedoria,
Para nós misera ração,
Para eles dinheiro e harmonia,
Para nós serviços pesados!
Somos nós os errados?
Temos nossa liberdade,
Porém temo-a nesta cidade,
Cada esquina um revólver,
Cada grito uma morte
Para os que não tem muita sorte.
“Sobrevivemos com ele,
E morremos por causa dele.``
Fome em abundância,
Sofrimento até na infância,
Não posso me contentar
Com tão pouco,
Será que sou louco?
Sentando, pensando no rumo,
Não! Não fumo!
Fico muito a desejar
Querendo também viajar.
Não! Não fumo!
Pode ser mais fácil,
Mas para mim é indesejável.
Eu chego rápido
Na lua imaginável,
Onde crio minha fantasia,
Para proteger dos ratos
Minha ideologia
Contra este mundo, em vão,
Tão..., Desalmado.
Shytara
São Paulo, 05!06!84
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