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Contos-->O MALOTE -- 09/02/2003 - 00:02 (lira vargas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O MALOTE

Minha mãe é uma pessoa dominadora, pôr Ter tido 14 filhos, fora obrigada a manter a ordem com um pouco de rigor.
Ela decidia tudo, e sempre arranjava compromissos com os filhos e sempre era atendida, minha irmã Lúcia brincava dizendo: Sim mamãe, sim mamãe, imitando um personagem da tv, onde a mesma segurava na barra da saia e fazia um movimento com a cabeça, a todas as vezes que ela determinava algo.
Uma vez ela achou que Rejane levasse uma cachorrinha cheia de filhotes de uma vizinha para a empregada de nossa casa, e lá foi Rejane com os bichos no carro, sob ameaças da cachorra, e assim que virou a esquina, ela parou o carro e deu liberdade à cachorrada.
Uma tarde de verão, Rejane já casada, fora visitar minha mãe.
Rejane estava com uma visita de Portugal em casa, e fora levar essa visita para conhecer mamãe, e tal não fora surpresa, mamãe, já tinha uma tarefa pra Rejane. Seria de levar uma vizinha dela à Rodoviária do Rio, pois a mesma estava com viajem marcada para o Ceará e Rejane dispunha de tempo e de carro para esse favor.
Como é costume dos nordestinos, são solidários um ao outro.
Foi marcado o compromisso da Rejane para o dia às dezesseis horas da tarde do dia seguinte.
O drama começou quando Rejane foi cumprir com a tarefa, pois a visita dela uma portuguesa muito tímida que não desgrudava da Rejane.
Ao chegar na casa de mamãe, Rejane tinha um fusca, ao chegar, no chão já tinha umas cinco malas. A portuguesa com olhar de indignação perguntou a Rejane: tudo isso. Como vais colocar tudo isso. Rejane nada responde e trata de arrumar.
A vizinha repartira a bagagem com mais outro fusca de um outro vizinho, cabendo a Rejane a tarefa de cinco malas, que entupiram o carro, tinha mala nos bancos e até no vidro traseiro, a dificuldade era terrível, Rejane rindo da própria desgraça, perguntou se ainda tinha mais malas, pois ainda sobrara um lugarzinho no chão. A portuguesa assustada disse imediatamente: Não, não, onde colocarei meus pés.
A vizinha no banco traseiro e a portuguesa no banco da frente, que para a mesma coube no colo um grande malote.


A portuguesa então, dizia que quando fora comissária, via muito daqueles malotes. Mas falava sozinha, pois a vizinha nada respondia, Rejane quebrava o silencio perguntando a ambas se estava tudo bem.
A vizinha, pôr baixo de tantas malas, respondia num tom desconfortável:
____Ta tudo bem.
E começou a viagem, e pôr estar muito calor, os vidros estavam abertos, mas continuava muito quente. Alguém pilhareou:
_____Aonde vai o circo?
A portuguesa sem nada entender, perguntou a Rejane, que rindo cinicamente sugeriu:
___liga não.

Chegando na ponte, o carro furou o pneu, foi àquela confusão, três mulheres e não sabiam como trocar os pneus, e ao descerem, a portuguesa foi descansar o malote no chão, mas foi logo repreendida pela vizinha.
____ Não, pôr favor, não ponha esse malote no chão.
Tendo sido obedecida a portuguesa permaneceu com o malote sobre os braços.
Alguém passou, e socorreu, na troca do pneu.
E para entrar no carro, a vizinha se confundia, não conseguia retornar e a portuguesa sugeriu que tirasse parte das malas, atendida a sugestão, as malas foram arrumadas após a vizinha instalar-se no banco traseiro e a portuguesa a arrumar as malas.



E Rejane continuo a viagem até a rodoviária, ao chegar no fim da ponte, a portuguesa intrigada com aquele malote lhe esquentando as pernas, virou-se para a vizinha e perguntou:
Pôr favor, o que tem dentro desse malote?
A vizinha com ar de tristeza e confidencial.
_____ são os restos mortais de meu pai que estou levando para enterrar no Ceará junto com minha mãe.
A portuguesa respondeu num murmúrio
_____ Que fúnebre.
Rejane não agüentou e deu uma gargalhada...Solitária, pois as duas estavam silenciosas.

Lira Vargas
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