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cronicas-->O Presidente e a virgem -- 28/10/2002 - 12:52 (Danilo Maia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Presidente e a virgem

Já tivera outras oportunidades antes. Não o fez não porque não quisesse, mas simplesmente por que não se sentia à vontade. Na primeira vez em que teve a chance, sentia um fogo subindo por suas entranhas, um calor e uma força quase mística que a levavam a querer se entregar, porém, naquele momento , pensou que poderia ser algo passageiro, e num misto de medo e prudência, recolheu-se, frustrando o rapaz que tanto lhe amava e lhe queria.
Na segunda vez , havia algum tempo que não se encontravam, e apesar do tempo ter-lhe mudado a cabeça, sentia o mesmo calor de outrora, mas buscava motivos para não se entregar, pois tanta expectativa lhe trazia a grande ameaça da frustração derradeira e irrecuperável.
A terceira vez foi a mais melancólica, viviam então em mundos tão distintos, que além dos motivos de tempos atrás, sentia haver perdido a chance de viver aquele sentimento, e preferiu seguir em sua vida, guardando apenas a lembrança de um amor que não aconteceu.
Mas com o passar do tempo, a lembrança foi incomodando, questionava-se a todo momento por quê não tinha se permitido experimentar, que razão a teria levado a viver de forma tão insípida e concluiu que tanta prudência acabara por afastá-la da felicidade. Até que um dia tomou a decisão: iria procurá-lo. Num primeiro momento, sentiu medo que ele a rejeitasse, mas não. Encontrou-o vivendo no mesmo lugar, sozinho, e o escutou confessar que seguira pensando nela por todos aqueles anos. Havia chegado a hora. O rapaz arrancou-lhe a roupa e beijou-a, segurando-a pela cintura, de forma que ela se sentiu amparada e entregue, penetrou-a languidamente, e nesse momento póde-se ouvir ela proferir um uivo de dor e prazer, ruído precedente de uma hecatombe de gozo, e seguiram por toda noite em sua troca de fluidos e comunhão de corpos. Adormeceram. Pela manhã ela desperta, se dá conta da situação e sorri. Ainda escuta vindo das ruas, o brado das últimas pessoas que atravessaram a noite comemorando a eleição do Presidente do povo. Pensou em quanto tempo havia esperado por aquele momento, poderia tê-lo feito antes. Mas ao invés de culpar-se , sorriu, pensando em quantos dias felizes ainda estavam por vir.

Danilo Maia, escritor.


danilo_maia@hotmail.com
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