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Contos-->FAZENDA VERDE -- 09/02/2003 - 00:09 (lira vargas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FAZENDA VERDE

Valda foi criada na fazenda pelos pais adotivos, tem três irmãos (adotivos) pôr isso sempre foi muito mimada. Começa seu dia muito cedo, vai de cavalo a beira do rio, é muito bonita e atraente, quando vê seu rosto refletido nas águas se despe e observa seu corpo, acaricia. Fala sozinha, de um homem que não existe, que a ama com fúria, desejo e carinho. Quando volta exausta a realidade, assusta-se, corre o risco de alguém observa-la, sobe no cavalo e continua seu passeio de todas as manhãs.
Na hora do almoço tem que estar à mesa, seus irmãos e pais a esperam, é sempre a última a chegar. Um dos irmãos, Maurício, é o mais velho e mais severo, na mesa a conversa é animada, sempre sobre os animais e a fazenda, Valda participa, mas Maurício diz sempre que ela deveria se preocupar com os estudos, que a fazenda era assunto para os homens. O irmão mais novo, Sérgio, a defendia era seu maior amigo, o do meio Paulo era advogado, era tipo calado. Todos o respeitava, pois além do mais era o muito carinhoso. Sempre após o jantar, Maurício tocava violão e cantava para todos, era costume dele. Valda não tinha muita liberdade de brincar com ele, era muito severo, às vezes não se entendiam bem, ela sempre chorava com as palavras que ele dirigia a ela. Numa manha quando o sol mal apontava, Valda levantou-se, foi à beira do rio e como sempre, banhava-se despida nas águas e se acariciava, sonhava com um homem apaixonado, saiu das águas, deitou-se na relva, e continuou a acariciar-se, quando olhou para o alto da ribanceira, notou que alguém estivera olhando-a, viu apenas o cavalo, sendo puxado e a ponta do chapéu, não se assustou, chegou a rir, percebeu que quem a viu, gostara e não teve a ousadia de agarra-la. Naquele dia atrasou-se para o almoço. Quando chegou sua mãe chamou sua atenção, ela riu e a beijou prometendo não mais se atrasar.
Passado uns dias, Valda continuava a sua vida solitária na fazenda, até que uma manhã ela voltou ao rio, e quando sonhava com um misterioso homem apaixonado, ela deitou na grama e de olhos fechados sonhava, quando ouviu os passos de alguém, num sobressalto, sentou-se e viu Maurício se aproximando, tentou apanhar suas roupas para se cobrir e esperou, sabendo que levaria uma surra, seus olhos mostravam medo, não sentia vergonha, seu medo era maior, ele aproximou-se e pegou suas mãos, e como ele sonhava ele a beijou, foi como desejava, amaram-se como loucos ela chorava em seus braços depois de descansarem na grama. Ele dizia para não se preocupar, não eram irmãos biológicos. E Valda passou a ser a mulher de Maurício às escondidas.
Havia noite em que não suportava ficar só e ia até o quarto dele, às vezes ele a mandava embora, ela arriscava-se demais, às vezes quando dormia, era despertado pôr aqueles beijos apaixonados. Mas havia uma namorada antiga na vida de Maurício, era moça de família, e o compromisso dele era difícil de desfazer. Valida passou a sentir ciúmes dela ( Mara ) fazia tudo para agredi-la. Maurício não permitia que Valda tratasse Mara mal. Era uma situação difícil. Valda cada dia mais enciumada sofria com a presença de Mara na fazenda, ficava furiosa com as idas de Maurício na fazenda da namorada. Maurício já estava se irritando com as cenas de ciúmes de Valda.
A família de nada desconfiava, pois sabiam que Valda nunca se entedia com Maurício. Uma manha Valda foi à beira do rio e despida esperava que Maurício chegasse, quando o mesmo chegou, amaram-se como outras vezes, Maurício a pedia se acariciasse como se ele não estivesse ali, só naquele momento é que ela não brigava com ciúmes, pedia a ele desmanchar o namoro com Mara, ele então dizia para ela não falar naquele momento, Valda chorava, ele tentava explicar que se os pais dele soubessem nunca permitiriam o casamento, nem o padre que era amigo da família não os perdoariam, ela tinha que se conformar, pois já estava sendo obrigado, pois o tempo de namoro a se casar Mara. Valda se desesperou, começou a agredi-lo, Maurício a sacode e chega a bater nela.
Nesse dia Valda não vai almoçar, todos perguntam pôr ela, a empregada uma negra que foi mãe de leite dela, diz que Valda não estava bem, que deveriam entende-la, que talvez esteja apaixonada (sem saber).
Na manha seguinte quando todos estão à mesa Maurício diz que Mara virá almoçar com eles, Valda diz com raiva que não gosta dela, que se ela vier ela não vai ficar em casa Paulo e Sérgio falam carinhosamente com ela que Mara é uma boa moça que ela não deve trata-la mal, Maurício diz com aspereza, que Valda foi muito mimada, que precisava maturidade. Valda tenta agredi-lo com um cinzeiro, quando Maurício vai segurar em seu pulso, Valda desmaia, ele a carrega para o quarto, seus pais estão preocupados, querem chamar um médico. Maurício diz que não é preciso, logo passará. Mas Paulo não se conforma vai até o telefone e chama o médico. Esse ao examinar, Valda, chama Maurício, pois não queria que os pais dela soubessem primeiro, todos conheciam a autoridade de Maurício sobre a família. Este diz que o caso não deve ser levado aos pais.
Quando está só com Valda no quarto, fala com carinho, mas autoridade, diz que não deve deixar aquela criança nascer. Valda chora, ela não quer tirar o neném, se ele força-la ela dirá a todos o que acontecera com eles. Maurício então concorda, sai calado do quarto e procura a mãe de leite deles era Betinha, esta chora muito, e diz que ele era ingrato, pois se fora feliz com ela, tinha que faze-la sua esposa. Maurício diz que não deve nem pôr pensamento voltar a falar sobre casamento. Então ele sai do quarto com ar preocupado, e os dias e meses se passam. A família já sabia da gravidez, mas não sabiam quem era o pai daquela criança. Valda prometeu a Maurício que não falaria desde que ele adiasse a data do casamento com Mara.
Um dia Valda estava passeando pela fazenda quando ouviu do velho moinho umas risadas de mulher, ela se aproxima vagarosamente e pelas frestas das tábuas ela vê Maurício e Mara aos beijos, ambos estavam despidos, ela não suporta aquela cena e começa a bater e chorar na porta, eles ficam calados, depois de um momento, Maurício vem até a porta abre e a olha com carinho e piedade, talvez naquele momento a olhara como irmão.
Mara não apareceu, estava se vestindo. Maurício a afasta dali e diz que não tinha acontecido nada ainda. Ela chegou em tempo. Ela o chora manda-a ir embora e que o espere no quarto. Valda fica de longe, vê Mara ir embora, Maurício vem apressado para casa. Valda estava chorando e diz que iria se vingar. Maurício tenta acalma-la.
E foi marcada a data do casamento. A festa de noivado aconteceu uns dias antes do casamento, e o pai de Valda organizou uma festa, todos da redondeza foi convidado. Chegado o dia, com muita animação, o pai de Mara subiu numa cadeira e pediu silencio, o pai de Maurício iria pedir sua filha em casamento.
Quando ele ia subir para falar, Valda começou a falar bem alto o que vira no moinho, e disse até a cor da roupa de Mara, todos começaram a rir, os pais de Mara disse que Valda estava louca e que não era verdade. Maurício foi até ela, puxou-a pelo braço e disse a todos que voltaria depois, Mara ficou envergonhada e foi para o quarto. Maurício levou Valda pêlos braços até a charrete e calado seguiram o caminho, quando estava, afastado começou a brigar com ela. Mas Valda o abraçou e ali mesmo amaram-se.
Mesmo assim, Maurício voltou e deu umas desculpas ao pessoal alegando que Valda estava assim pôr causa da gravidez e que estava muito nervosa.
Passado uns dias Valda estava no quarto quando sentiu as dores, arrastando-se foi até o quarto de Maurício, que a amparou e chamou Betinha que fez o parto. Valda deu a luz a um menino. Maurício vibrava, todo na casa o amaram.
E o dia do casamento chegara. Valda sofria só mãe Betinha sabia, esta sofria com ela, mas nada podia fazer.
Após o casamento Mara veio morar na fazenda. Valda não falava com ela, brigava pôr qualquer motivo. Uma noite foi acordada com os beijos de Maurício, ela assustada, como poderia Ter ido até seus quarto? E se Mara acordasse? Então Maurício diz que ela não deveria se preocupar, Mara não estava em casa. E Valda continuava a se encontrar com Maurício, seu filho era tratado com muito carinho na família. Um dia Valda passeava pela fazenda, quando se aproximava do moinho abandonado, ouviu murmúrios e risadas ela parou, pensava naquela cena que tanto a magoou, foi se aproximando, temia ver Maurício com Mara. Viu o cavalo de Maurício amarrado, agora não se assustariam eram casados, mesmo assim Valda olhou pela brecha, sua surpresa foi grande, Mara estava com Sérgio o cunhado, riu triunfante, sua chance chegara, empurrou a porta, estava trancada, mas mandou que abrissem, e nada falavam, ela então começou a agredir Mara com palavras, mas nada respondiam, até que Sérgio apareceu e pediu calma, ela disse que contaria a Maurício sobre a traição deles. Sérgio que antes era seu maior amigo falou que se ela ficasse quieta só teria a ganhar, puxou Valda pelo braço para longe do moinho e disse que sabia do caso dela com Maurício e que contaria a família quem era o pai do filho dela. Valda não se importou, falou que o mais importante para ela seria ficar com Maurício. Sérgio meio desesperado tentou agredi-la, então Mara saiu do moinho e implorou o silencio a Valda fez promessas, Valda disse que ficaria calada se ela mesma pedisse separação a Maurício.
Naquela noite Maurício não voltou a fazenda foi a cidade. Na manha seguinte ele voltou, trouxe presentes para a família quando entregou a ela o embrulho ela disse a ele que tinha algo para lhe falar.
A noite quando todos dormiam, foi ao quarto de Valda, amaram-se, então quando ele ia embora Valda falou em poucas palavras que Mara o traia, não disse com quem, Maurício voltou e perguntou com aquele ar autoritário quem era, Valda disse, ele insistiu, ela então contou que Mara o traia com Sérgio. Na manha seguinte Mara não veio tomar café, Maurício mandou chama-la, precisava falar com ela, na mesa Sérgio olhou para Valda com medo, tentava disfarçar, mas era notável seu desespero, quando Mara chegou, Maurício mandou que Valda falasse. Valda relatou o que viu, Sérgio levantou-se e disse que nunca mais o veriam, Mara muito pálida pediu de joelhos perdão a Maurício, que a chutou para longe e nada falou.
À tarde foi chegando e Mara não voltava para casa. De noite quando perguntaram pôr ela, Maurício muito friamente falou, que Mara não existia mais.
Valda assustou-se e pediu explicação a ele, Maurício então disse que nunca mais falassem naquele nome em casa, a ordem foi dada. De madrugada quando Valda estava à janela, ouviu a chave girar, era Maurício que vinha em seu quarto. Valda teve medo, mas ele a abraçou com muito carinho, mas Valda não permitiu, percebeu sua frieza criminosa. Valda o empurrou e começou a agredi-lo, Maurício ordenou que ela se calasse e fizesse amor com ele. Naquela manha Valda soube que Mara fora morta com facadas. Sérgio fugira a tempo. Ela então tentou fazer o mesmo, mas quando estava na estrada, viu ao longe Maurício correndo para apanha-la de volta, Valda havia deixado seu filho em casa, tinha que fugir daquele monstro foi uma fuga desesperada, mas quando seu cavalo tropeçou e caiu, Valda foi jogada longe, Maurício a alcançou e perguntou o que ela pretendia, Valda disse que ele tinha que pagar pelo seu crime iria contar a polícia. Maurício então disse que se ela não obedeceu à ordem de não mais falar naquele assunto, então morreria como Mara.
Na manha seguinte seu corpo foi encontrado com várias facadas no caminho da fazenda. Maurício mais uma vez fazia valer suas ordens.
Quarenta anos depois Maurício confessava seu crime no leito do hospital da cidade. Com setenta e cinco anos de idade e morreu após confessar seus crimes.
O médico que o assistiu foi seu filho.


Lira Vargas
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