Amor campestre
Quero por entre essas mãos adormecer,
Perder-me no calor do teu olhar...esvaecer,
E acordar no frescor da sombra dos lilases,
À hora que o sol afoita os mais tenazes.
Quero balançar nas ondas do teu prazer,
Como as espigas de trigo, ao amanhecer.
Adentrar no teu espírito, e nos porquês,
Sulcar nas campinas escondidas...talvez!
Matar esta sequia em nuvens cor-de-rosa,
Beber este amor branco... alvo como o linho,
Desenhar-te num lençol, em versos e prosa.
Semear-me em ti como moçoila, ou leiga,
Para desfolhar-te na aurora, em desalinho...
Colher-te a cada dia, da forma mais meiga.
cristinapires_gva@yahoo.fr
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