...E assim, eu te via calo,
Descias de um altar barroco.
Eras negra, anjo, prata.
Certamente, eras ouro,
Porém não tinhas mesma riqueza.
...E assim, eu te via chumbo.
Rasgavas a pele, louca!
Passaste por entre o fígado,
Rins, pulmão, vísceras.
Eras nódulo, coágulo, cisto.
Emergiste do solo.
Eras mineral, minerais.
Tinhas a força dos metais,
Brilhavas fosca, quase escura.
...E assim, eu te via espuma,
Bolha solta de sabão.
E eu te acabava com o dedo.
Eras seca, sem recheio, um vazio.
Alisson Castro.
*TODOS OS DIREITOS RESERVADOS*
|