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cronicas-->Amorzinho no cinema -- 01/11/2002 - 13:27 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Foi num cinema de Curitiba que a guria entrou com o namorado.
Sentou na primeira fila.
Queria ver o filme, beijar o rapaz, comer pipoca, tomar refrigerante, comer balinhas, e se possível, liberar uns gases acumulados.
O infeliz logo de cara teve que gastar uma grana preta com o monte de baboseiras que a lindinha escolheu.
Sentados na primeira fila, alguém reclamou da cabeçorra da jovem.
Chamaram de planalto central, despertando a ira da moçoila.
Depois começou a mastigação.
De vez em quando passava uma pipoquinha mastigada para o namorado, que se esforçava para não vomitar.
Foi assim com três pacotes. Junto com a pipoca a singela pergunta: "Você me ama?"
Respondida a pergunta, passada a pipoca, a resposta original: "Eu também, meu querubim".
Um cidadão que estava ao lado da dupla se retirou para o banheiro, mas não deu tempo, vomitando no corredor do cinema.
Foi um cheiro insuportável que dominou o ambiente.
Depois Dalila achou de comer balinhas.
Foram quatro pacotinhos.
Passava balinhas também com as perguntas romànticas, pedindo beijos.
O filme era "E o vento levou", prolongando uma tarde de amor na sala de exibição.
As balinhas eram de chocolate, e misturadas com pipoca amanteigada, somaram-se aos gases.
Pelo final da sessão Dalila começou a passar mal.
José queria beijinhos. Aproveitou para pegar na barriga de Dalila, cheio de intenções.
Foi o suficiente para causar a desgraça.
Por cima e por baixo começou a eliminação de alimentos não recomendáveis.
Foi praticamente uma explosão.
O cinema foi interditado, e Dalila continua fazendo análise, para esquecer do dia em que o seu sistema digestivo repudiou a sua gula e o seu amor. José só namora mulheres que não comem muito depois daquela data.
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