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Contos-->SEM EXPRESSÃO -- 09/02/2003 - 00:33 (lira vargas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SEM EXPRESSÃO

Marcela casou-se com um italiano rico e foi morar na Itália numa mansão juntamente com a família de Franco. Compunha esta família de dois irmãos e a mãe deles que era viúva. Ela uma brasileira bonita e atraente. Franco era um homem de 40 anos, alto e chegava a ser bonito, era negociante, preocupado com sua frota de navios.
Na mansão ela tinha seu quarto bem mobiliado e na ocasião das viagens dele, ela ficava a maior parte do tempo lendo. Numa noite ouviu um barulho na porta e foi abri-la, era Franco que voltava de viagem. Amaram-se como fosse a primeira vez. Marcela chorava em seus braços pedindo que a levasse em seu navio, mas Franco não permitia. Era um homem de idéias fixas, lugar de sua mulher era em casa. Dizia que não havia conforto em seus navios, Marcela insistia, dizia que não agüentava tantas noites vazias, a ironia da sogra e a indiferença dos irmãos dele, que a mansõ era um mundo de solidão, mas Franco adormecia indiferente às suas lamentações. E num relance, levanta-se e o olha com um olhar chaio de carinho e tristeza. Vai até Franco, acaricia-o, ele acorda e pergunta o que aconteceu. Ela volta a incitar no assunto. Franco então diz que seu trabalho é muito cansativo, ele não como fazei-la entender que não tem lugares fixos nos portos, havendo vezes em que tem que deixar o navio seguir para outro lugar e só o acompanha depois de muitos dias de avião ou até mesmo por via terrestre. Franco torna a consolá-la dizendo que com tempo ela irá se acostumar e um dia quando tiverem filhos, ela aceitara aquela situação. Mesmo triste Marcela o abraça. Franco diz que já é tarde, que deve dormir. Marcela senta e diz para si mesma, é Franco, você me cala, seus argumentos me convencem, você é forte demais. Marcela o ama, mas teme, pois sabia que os momentos ao lado dele eram poucos, brevemente estariam longe um do outro e a solidão a envolveria. Passaria a imaginá-lo e a sonhar com suas carícias, com o seu corpo, sua voz, que a levava aos sonhos proibidos para outras pessoas participarem. A mãe dele não simpatizava com Marcela, para ela, não passava de uma intrusa. Marcela não participava de nada, não sabia como era a situação da família. Na manhã seguinte, ficaram até tarde no quarto, quando Franco ia levantar-se, Marcela o abraçou com insegurança, pediu que ficasse um pouco mais. Ele era para ela um tipo de salvação para suas carências e desejos. Ele se desvencilha de seus braços, tinha que descer, já haviam perdido a hora do café juntamente com a família, mas ela implora, e ele cede. Era um homem muito sério quando praticava amor com calor, com ternura, mas com muita naturalidade. Era impressionante como permanecia natural, sem argumentar nada, em silêncio, com muita calma. Era como se estivesse trabalhando ou tomando banho, mas mesmo assim, ela se sentia atraída por ele. Não que fosse frio e egoísta, ele a amava de um jeito carinhoso, calado, mas com a mesma expressão em que dizia : "Vamos descer, Marcela?". Nesse dia, após saírem do quarto, Marcela pensou muito. Chegou a conclusão de que sua vida era esperar seu marido para fazer amor e ele para satisfaze-la como um objeto de sexo. Franco conserva essa situação, pois nunca nega a ela quando o desejava.Ela queria um marido para dosos os seus momentos do dia ,mas sentiu-se exigente demais ao quere-lo mais do que o tinha, ele era um bom marido, um bom amante. Foram as piscinas, ela o admirava, seu corpo atlético a excitava, como sempre, mas ele sempre calado, não brincava com naturalidade, ela queria dizer que o amava sorrindo, mas não havia essa liberdade normal entre ambos, amavam-se, mas Franco era sério demais, nunca brincava.
Depois foram os quartos, lá havia uma escrivaninha, ele naquele momento não admitia conversa, fora tratar de seus documentos, sem fazer o menor comentário.
Depois eles amam-se como se fosse uma despedida, e era, Franco na sua naturalidade, disse que viajaria na manhã seguinte, era sempre assim, nunca falava quando ia antes de chegar à hora e voltava sem nada avisar. Ela o amou ainda mais e chorou, foi feliz, mas o abraçou como se o abraçando pudesse evitar que fosse. E os dias passaram desde a última noite que o vira não sabia para onde fora, nem o viu quando amanheceu, pois ele a deixou dormindo não se despedia, até nisso era estranha suas atitudes.
Quando o telefone a tocava em direção ao mordomo na ansiedade de ser uma ligação, pois nunca aprendia que Franco não telefonava. A mãe dele era como todos daquela mansão, não falavam quase nada. Marcela tentava ganhar sua simpatia, mas era impossível. Sua sogra só lhe respondia com poucas palavras o que ela tentava saber das viagens e dos negócios da família, sua sogra só perguntava se ela não sentia saudade do Brasil, era como semeasse uma vontade e ela partisse de vez.
Chegou a mencionar em indenização, caso se fosse, pois dizia reconhecer a diferença de idade deles, só lamentava que seus pais não observaram sobre esseaspecto ou não tiveram forças para impedi-la de se casar. Marcela tentava explicar que não havia arrependimento, ela o amava isso não a atormentava, e saia deixando a sogra falando sozinha.
Marcela vai para seu quarto, ansiava que fosse surpreendida pela chegada de Franco. Sua ansiedade foi tanta que se vestiu com cuidado, uma camisola nova, deitada fechou os olhos como que esperando a porta se abrir e na penumbra ele surgir aquele homem que tanto amava, que tanto silenciava, abafava seus desejos sem a necessidade de dizer o que sentia, porque naquele momento palavras não era importante, ele era como um estranho que dava a Marcela calma que a satisfazia, mas que lhe deixava a vontade. E que não modificava seu rosto quando se realizava, que não tinha expressão e não precisava dizer nada. Era alta noite, e um barulho a fez estremecer de emoção, ela esperou de olhos fechados à certeza de sua chegada e no silencio da mansão, aquele vulto se aproximando, sentou em sua cama, Marcela ouviu sua respiração, tremeu ansiosa, ele a olha, ela finge que estava dormindo era bom demais sentir suas caricias, tinha que fazer que estava ausente no mundo, pois seu mundo era ele, seu corpo o desejava, suas mãos acariciando seu corpo, ela se entregara aos beijos, murmuravam palavras desconexas, guardadas há dias, pareciam decoradas eram palavras que só a alma podia entender amaram-se. Ela pensou que era um sonho, pedia que a noite não se acabasse pedia que não a deixasse e ele murmurava em seus ouvidos que a desejava e que nunca mais ficaria longe que todas as noites se amariam, pois também por pensamento se amavam.
Depois Marcela adormeceu, abraçada com ele, segurava uma de suas mãos para nãoacordar sozinha. Por varias vezes à noite sentiu sua respiração e o calor de seu corpo era uma felicidade uma segurança.
Na manha seguinte sua cama estava vazia. E como todas as manhas em Franco estava em casa, ele não a acordava, saia silencioso do quarto.Marcela se arruma com cuidado. Saiu do quarto cantarolando uma canção brasileira, ao chegar a sala de jantar, todos estavam reunidos e como era costume da família, cada um tinha seu lugar à mesa, ela perguntou ao chegar por Franco.Todos a olharam com surpresa, Franco não voltara de viagem, responderam. Marecela sentiu uma surpresa suas mãos tremeram, ficou embaraçada, vira a costa e pensa: por que estão brincando, se não costumam brincar? E nada. Então foi servido o lanche da manhã, e a convidam para sentar-se. Marcela olha em redor como se esperando Franco chegar, mas seu lugar continua vazio, e a expressão da família continua natural. Marcela não consegue comer nada. E levanta-se, pensa que um deles fora a seu quarto, amou-a num amor desesperado, um amor que só Franco a despertava. Olhou-os, que fora? O desespero, a vergonha à vontade de esbofetear esse homem aproveitador, ao mesmo tempo à vontade de voltar a amar aquele que a fizera feliz como Franco.Ela pensa o por que não notara um detalhe, pois Franco nunca murmurava quando a amava, mas depois se perdeu, pois sempre Franco mudava o jeito de ama-la, ela de fato fora enganado olhou-os outra vez, qual deles? Perguntava-se, e o medo que ele tivesse deixado vestígios em seu leito a arrumadeira poderia perceber, sai apressada e volta ao quarto, mas seu quarto já estava arrumado. Naquela noite Marcela não consegue dormir, tinha medo que voltasse, mas surpreendia-se com aquela vontade de ser amada como na noite passada, queria reviver aqueles momentos como se fosse Franco ela queria continuar a lembrar-se daquela noite como todas as noites com franco, mas sabia que não foi com Franco, isso era como traí-lo, ela o traiu, porque não percebera as carícias dele, desse estranho que se fizera passar por Franco. Qual deles foi tão maldoso que lhe roubara as carícias que só Franco tinha direito?
E as noites seguiram, Franco não voltava, ela se desesperava, no mesmo tempo estava se acostumando com a solidão, mas a ansiedade de sua volta levava a desejar que o mesmo intruso voltasse, ela queria mesmo sendo mentira, pensar que Franco voltara.
Uma noite, Marcela foi à sala de jantar e encontra Francesco (um dos irmãos) conversaram, Marcela fica confusa, teria sido ele? Analisou suas palavras, mas nada conseguiu notar, nem um gesto que o condenasse, que deixasse ela saber que fora ele. Mas todos eram educados e gentis, ela então perguntou o que aconteceu naquela noite do dia 04, ele então diz que não sabe de nada, pois havia ido passar aquela noite em outra cidade. E pergunta a ela o por que da pergunta. Marcela sem jeito diz que ouvira um tiro. Nesse momento Diogo se aproxima e parou para conversar e Francesco pediu licença para se retirar, tinha um compromisso na empresa. Marcela fez a mesma pergunta a Diogo, alegou o mesmo motivo, esse era mais bem humorado, e nada consegui descobrir. Um deles mentiu, quem terá sido?
Naquela noite, o desejo voltou a perturbar seu sono, pediu por pensamentos, que Franco voltasse, mas seu pensamento fora tomado por um leve sono e nesse momento sentiu alguém tomando suas mãos e o medo de abrir os olhos, e se fosse um dos cunhados? Não teve coragem de olhar, foi envolvido por um longo beijo, aquela pessoa nada dizia, e para que não houvesse um mal entendido, tanto da parte de Franco ou do estranho ela não pergunta quem é. Ela então murmurava o nome de Franco, ele então murmurou "voltei... sei que me esperavas...” Neste momento ela foi tomada por medo e desespero. Era mesmo Franco que voltara de viajem ou um dos irmãos dele que estava ali? Ela pede que acenda a luz, dizendo que tinha algo para lhe falar, o homem então diz que não, pois naquela hora ele não queria conversar, queria amar. Ela não sabe o que fazer. E adormece. Na manha seguinte, quando acordou, seu leito estava vazio, desceu as escadas, na ansiedade de não Ter sido enganada. E ao chegar à mesa...Lá estava Franco e a família. Novamente sentiu vergonha, por saber que um deles sabia que aquela noite fora igual a que roubara seus segredos de mulher apaixonada. Todos conversaram, a mãe deles como sempre distante, mantinha o luto do marido. Após o café ambos voltaram ao quarto, lá Franco tornou-se mais calado como se algo o preocupasse. Então num tom decepcionado Franco pergunta o que aconteceu no dia 04 que ela estava interrogando à família. Marcela fica tremula, não sabia o que responder e mentiu dizendo o mesmo que dissera aos outros, disse Ter ouvido um tiro. Então Franco desceu e naquele dia não mais falou. Marcela tentou conversar, nada consegui faze-lo sair daquele silencio profundo. Marcela implora, chorou, chegou a falar em morte, sem resultado. Na manhã seguinte Franco viaja sem despedida como de costume, e muitos dias se passam sem nada saber dele. Numa noite foi surpreendida pelas caricias, ele voltara e também ansiava por suas carícias e nessa noite foi ainda mais maravilhosa, ele voltara, talvez arrependido por tantos dias longe por Ter se aborrecido, será que ele havia descoberto o que houve naquela noite e agora a perdoava? Ele sabia que Marcela era inocente, tudo isso em seu pensamento.
E amaram como se houvesse se encontrado depois de perdidos, e na manha seguinte, Marcela foi cantarolando para a sala de refeição, estava feliz, ao chegar parou. "Não é possível... o lugar de Franco estava vazio... e em soluços perguntou por Franco. A sogra, na frieza de sempre respondeu” Franco não está..."ainda não voltara de viagem”. Marcela desesperada grita insultos e palavrões para todos, cínicos, queriam deixa-la louca... Franco era diferente, eles não tinham consideração com ele. Então a sogra acusa-a de louca, e pergunta o por que das agraçoes, Marcela nada responde, volta para o quarto, tentou quebrar os móveis do quarto, gritando que queria voltar para o Brasil, queria apagar de sua recordação aquela gente fria e misteriosa. E muitas noites se passaram Marcela fica doente. Franco voltou de viagem e a encontrou muito mal. O médico diz que seu caso era grave. Então Franco na mesma expressão sem mostrar transformação, pergunta se uma internação seria melhor. Marcela foi para um hospital. Lá não recebia visitas, pediu à sogra que comunicasse à sua família no Brasil, a sogra diz que já havia ligado. Os dias foram passando, e nada, ninguém chegava. Seu estado piora.
Numa das visitas do medico ela perguntou que tipo de doença ela tinha este disse que só ela mesma curaria. Mas Marcela não tinha forças para reagir. Numa noite, quando ouvia um rádio, uma música "negue, seu amor o seu carinho, diga que você já me esqueceu” na voz de Maria Bethania. Um soluço desesperado tomou conta de Marcela, logo depois adormeceu. Franco voltou de viagem, e ao chegar, logo foi para o hospital, ao chegar o quarto de marcela estava vazios, ela tinho tido um ataque cardíaco e fora levada para o cti. Na espera Franca viu o médico entrar e percebeu sua expressão, Marcela não suportou a crise e morrera.
Franco levanta e sai pela rua, a neve caindo lentamente, olhando as montanhas no fim da cidade, sem mudar sua expressão, rola uma lágrima em seu rosto.
Ao chegar em casa comenta o por que da curiosidade de Marcela pela noite do dia 04, ele não ouviu nada sobre um tiro.
Lira Vargas

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