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Contos-->"ME CONTE A SUA HISTÓRIA -- 09/02/2003 - 00:38 (lira vargas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“Me conte a sua história”.

Foi numa noite de inverno, chovia muito, tinha 13 anos na janela da sala, abri a vidraça e vi aquele rapaz descendo a ladeira, estava com o braço engessado, camisa preta, moreno, pela primeira vez na minha vida, senti uma emoção diferente, fiquei tão assustada e desci da janela, a mão tremula, sem entender.E toda noite, naquele horário corria para a janela a espera daquele que despertara a emoção do amor. Um dia tive coragem e fiquei na varanda de modo que ele percebesse minha existência. No primeiro encontro, fomos a um baile, a música de Roberto Carlos estava no auge DE QUE VALE O CÉU AZUL E O SOL, SEMPRE A BRILHAR...”Nossos corações palpitavam, ele cantava baixinho pra mim, sentia a felicidade envolver minha alma. O tempo foi passando, minha irmã mais velha descobriu, e um dia, já era verão, final de tarde, as andorinhas faziam um espetáculo no céu, no rádio a música...” De que vale o céu azul, sempre a brilhar...”Cantarolei sorrindo olhando pro céu, minha irmã chegou perto e disse: você vai ser lavadeira de roupa se continuar namorando esse rapaz. Fiquei estarrecida, triste, mas no pensamento o razão falou mais alto. No outro dia terminei o namoro. Sofri, chorava com todas as musicas de Roberto Carlos. Casei e fui morar em outra cidade, vinte e cinco anos depois voltei, e numa tarde, arrumando os discos de vinil, li sua dedicatória carinhosa, jurando amor eterno. Lembrei com saudade do namoro. Na outra semana fui ao bairro de nossa infância, caminhei pelas ruas, fui no local onde tinha o parque e ele dedicava a canção que selara nosso amor “De que vale o céu...” sentei no banco da praça, o movimento era outro, o pequenino bairro, virara uma cidade, olhei para a igreja, fiquei rindo tristemente, ele dizia que ali seria nosso casamento, as andorinhas fizeram uma revoada, meu coração disparava, ensaiei como seria minha chegada em sua casa. Sua casa era humilde, bati palmas no portão, o coração apertado, apareceu um rapaz, igual a ele, revi meu passado naquele momento, meu coração disparou, era o filho dele, e logo em seguida uma mulher de minha idade, bonita, parecia mais jovem que eu, seu olhar simples, um sorriso tímido, perguntei meio engasgada pôr ele. Ela olhou-me silenciosa, olhou pro meu carro novo, ela parecia envergonhada perante minha presença, fiquei sem jeito, sorri, tentei dar uma desculpa, mas ela falou meu nome, fiquei assustada, já arrependida de Ter ido lá. Então aquela mulher simples disse: ele morreu há três meses. Senti um gosto amargo de saudade e um choro disfarçado na voz tremula, agradeci e entrei no meu carro, Cantarolei nossa canção “De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar...” e na estrada, sozinha chorei de saudade de minha juventude e daquele amor tão grande, mas tão frágil.

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