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Cronicas-->AMANTES DO FADO -- 02/11/2002 - 09:04 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eis-me por olhos e dedos a tomar a sensação desta magnífica máquina, acabado de regressar a casa, vindo do país vizinho, aonde permaneci, a convite da Associação dos Amigos de Portugal em Espanha, desde 28 de Outubro findo.

Na agradável e emotiva companhia de Iola Dinis, um portento vocal, Maria de Fátima, uma amiga que não revia há 30 anos, Nuno de Aguiar, Joaquim Campos, Lelo Nogueira e Carlos Gonçalves, vivi quatro espectaculares e inolvidáveis dias de trabalho intenso e prazer ao fio da navalha. Connosco, a Sílvia, brasileira retinta de São Paulo e esposa do Carlos, enfeitou e fez vibrar quanto possível o nosso aprazível e apaixonante labor. Que tempo este para mim: cada vez gosto mais do encanto das brasileiras. Que simpatia: ouço-as falarem e fecho os olhos. Doce, doce, doce...

O nosso quartel general - que comodidade - foi em León, magnífica e histórica cidadezinha espanhola onde tudo parece arrumado por mão de fabuloso artista da arte de bem viver. Rosa Maria de la Fuente (é extremamente difícil descrever esta mulher) recebeu-nos com a habitual paixão e entrega com que se dá às causas portuguesas.

Dia 28, após entrevistas para a imprensa e televisão, rumamos a Gijon, espécie de oásis a beijar o Cantábrico. Carmen Brananova aguardava-nos e proporcionou-nos uma memorável estadia entre sua família e suas gentes.

No auditório local, repleto, o Fado Português viveu uma noite de incontido enlevo espiritual. Por momentos cheguei a duvidar e presumi que os cidadãos de Gijon estivessem tão só a mostrarem-se simpáticos...

Amar... É ser pensamento
Doutro corpo à mesma hora,
Sentir-lhe a alma por dentro,
Sentir-lhe a alma por fora.

Amar... É sentir agora
Todos os pontos vitais
Dum corpo que foi embora
E não volta nunca mais.

Amar é sentir os ais
E os golpes da mesma dor
Num corpo longe de mais
Que nos sufoca de amor.

Amar... É muito pior
Após a dor consumada
Porque amar fingindo amor
Não é nada, não é nada!

O semblante dos meus companheiros, face aos fervorosos aplausos, estava iluminado, iluminado com a luz do próprio rosto. Dona Carmem, Presidente da associação espanhola "Los Amigos del Fado", lacrimejava em emocionada dita.

Dia 30 em León e dia 31 em Astorga, nos magníficos auditórios locais, o êxito apresentou-se normalíssimo e completamente assegurado: os espanhóis gostam de ver e apreciar ao vivo a exibição do Fado Português. As suas palmas sentem-se e condizem com o tom e o som da lídima melopeia portuguesa.

Bem... Eu conheço umas longas e largas coisas sobre as características e ditàmes práticos do Fado, mas, ao deparar-se-me a voz de Iola Dinis, reconheço que não sei em que ponto crucial pairará o meu conhecimento: irá a voz muito para além do conteúdo das palavras e dos sentimentos que exprimem? Sim... E vai mesmo muito longe levar-Te um beijo em afago dócil e amigo dos amantes do Fado.

O fado de bem-querer
Sabe bem mas faz doer
A alma de lés a lés...

Torre da Guia
DR-SPA-1.4153
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