Como calar?
se minha voz incontida,
encontra côro, no choro medonho,
da criança sem esperança, nem sonho,
vítima da lógica abutre, que nutre
o deus capital.
Como calar?
frente a dependência assassina,
imposta pelos doláres e armas,
se nossos governantes dementes,
ignoram milhões de mentes,
e se vendem, para o deus capital.
Como calar?
frente aos discursos, miúpes e absurdos,
que ecoam do Planalto, sendo que a maioria
do povo, do morro e do asfalto, vivem
a dura realidade, da marginalidade,
imposta, pelo deus capital.
Como calar?
se meus olhos lacrimejam e choram
olhando a dor deste povo,
que luta pela vida,
enquanto, enriquece uma pequena minoria,
que adoram e que veneram,
o deus capital...
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