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Cartas-->Desabafo de poeta... -- 05/05/2001 - 10:21 (•¸.♥♥ Céu Arder .•`♥♥¸.•¸.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caríssimo amigo Poeta


Você, ultimamente, tem "devastado" a minha alma. Emociona-me de verdade.
Sempre fui muito contemplativa. Pequena, ainda, ficava, horas a fio, no fundo do quintal, embalada em uma rede, observando a paisagem, os pássaros no seu vôo intermitente a pegar gravetos para fazer ninhos, a brisa a mexer com as pétalas e folhas... Ah... Meu amigo... Deliciava-me aquela vida, em contato livre com a natureza.
Enquanto as minhas amiguinhas estavam sempre a procurar brincadeiras, eu preferia recolher-me ali. E lia, sonhava com os príncipes e fadas das historinhas. Fechava os olhos e ficava longas horas, em profunda meditação (e isso faço até hoje) . Depois pegava os cadernos da escola e passava-os (mais uma vez) a limpo, para ficar com a letrinha bonita. Com isso, sem intenção, tornava-me a melhor aluna da classe, pois, ao passar sempre as matérias "a limpo" eu acabava por memorizar tudo.
Mas era uma criança infeliz, por ver o sacrifício de minha mãe, que se desdobrava em trabalhos para dar-nos uma vida condigna. Pagava o melhor colégio, sem ter meios para isso...
Eu me refugiava nesses devaneios, onde ninguém poderia alcançar-me. Mas, como tudo neste mundo tem o seu lado positivo, eu compensava esse empenho materno, procurando ser a melhor em tudo, na escola. E era muito solicitada e amada, por isso. E me fazia bem... Isso fez que eu tivesse muitos amigos, pois, por admirar muito a meiguice de minha mãe, acho que procedia como ela. Dava muita atenção às pessoas. E sentia-me muito bem entre amigos. Fazia de tudo para não voltar logo para casa, pois, lá, tinha o paraíso, mas também o "inferno"... da solidão...

Desculpe...
Nem sei porque fiz esse "preâmbulo" tão longo. Eu escrevia para falar-te do teu belo poema... Estava a reler o texto agora para planejar alguma aula com ele... E agora é preciso plagiar tuas palavras: "falar do BELO, é maculá-lo com palavras" (acho que foi isso...)
Só posso dizer-te que vi neste poema a "presença" de Castro alves. E sei que tens razão, quando falas sobre o tal "insight". Também os tenho, quase sempre. Às vezes, na rua, passam-me coisas tão interessantes pela cabeça, mas impossibilitada de parar para escrever, quando paro, não consigo reconstruir o que me veio... Deve acontecer assim com todos os poetas. É por isso que, por mais alto nível de intelectualidade que uma pessoa possa ter, não lhe adianta querer ter a "arte de poetar", pois ela não vem porque "queremos"... Por outro lado, há poetas de grande conteúdo e sensibilidade e não possuem a mínima técnica no uso das palavras. É por isto, que decidi (é uma tentativa) usar o espaço que a Vânia Diniz me ofereceu, para fazer uma "Mini-enciclopédia" em bloco, sobre esse tão agradável "jogo com as palavras"... E aceito sugestões.
Retomando a mensagem... (hoje estou um tanto prolixa... Percebe, não?) O teu poema é qualquer coisa de .......................... Você me lembrou uma história de Luiz Puntel "Açúcar Amargo", que narra a realidade da vida dos cortadores de cana-de-açúcar, onde se utilizam de crianças, que ficam o dia todo no corte de cana, para ganhar, às vezes, um prato de comida... Exploração a toda a prova... Meus alunos apresentaram esse livro em forma de teatro e reportagens. Foi magnífico.
Por que não tenta fazer "peças de teatro"?

Acho que já fui muito inconveniente. Alguém tão ocupado como você, não pode ser tão importunado... Mas... Quem mandou deixar a "porta aberta"?

Beijos "triangulares"...

Milene

PS. Quis registrar esta carta na Usina, porque ela expressa um grande momento de minha vida. E sei que aqui ela se eternizará.
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