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Poesias-->silêncio ensurdecedor -- 16/05/2003 - 11:51 (Clóvis Luz da Silva) |
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em noite um tanto assim bisonha,
quando a luz e a escuridão gêmeas se tornaram
eu vagueava em tolos pensamentos,
que à mais vulgar esperança se uniram.
fazia não muito tempo que tinhas decidido
ser nosso obscuro caso um caso sem importância
entre homem e mulher despidos de valores
e ideais de perenes frutos aqui no mundo.
lembro-me de saber-te pouco afeita a planejos
e mesmo calcular anos e filhos era-te por demais faltoso.
nesses tempos na mente jovial havia sonhos,
e mais ainda existia a sensação
de haver no mundo nenhuma coisa além do amor
que compromisso algum de nós requisitava.
e fomos assim pavimentando estreito caminho
do qual ao fim só nos restou decepção.
em tempos assim o amor ganha virtudes
levando-nos a fraquejar em impávidos soluços
quando uma querelazinha nos aflige a alma.
tal certeza suscita o que a seguir questiono:
quanto bem se faz alguém que julga tanto amar
se muito mal faz a quem julga ser o amado?
e “quando alguém com muito a dizer está calado
deverasmente ensurdecedor é seu silêncio!”.
devíamos deixar mudos esses corações pequenos
pra que falasse trovejante a voz da solidão...
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