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Infantil-->NA PONTA DO ARCO ÍRIS -- 05/07/2002 - 10:49 (LUIZ CARLOS LOCATELLI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NA PONTA DO ARCO-ÍRIS
TEXTO PARA TEATRO INFANTIL
De: Luiz Carlos Locatelli
PERSONAGENS: Luana: ( 09 anos )
Maira: ( l0 anos )
O pai: ( 55 anos )
O Surdo: ( 30 anos )
O Lavador: (30 anos)
O bêbado:( 30 anos)
O ladrão: ( 28 anos )
O vendedor: ( 25 anos )
O palhaço.
CENÁRIO: Ao fundo, uma enorme tela com desenho de um Arco-íris, (três metros de altura por 08 de largura). 2 pernas de cada lado bem colorido, cores vivas: (VERMELHO, AZUL, VERDE, BRANCA E TAPADEIRAS PRETAS.)
1ª CENA:
(Está tudo escuro, ouve-se o barulho de uma máquina de trem, o som vai aumentando, entra o pai e as filhas enfileirados com uma grande lanterna na frente.) (voz gravada)
Vós: Cuidado com o túnel. (Passam pelo palco) O barulho da máquina vai diminuindo, entra a música do Trem. Enquanto que os três entram como da primeira vez, só que desta vez as luzes estão acesas. Vão atravessando pelo palco, quando estão bem no meio, a música vai sumindo e o maquinista continua cantando alto. As duas meninas param e ficam olhando o pai a cantarolar. Desgrudam dele, mas ele continua. Ele olha para trás cantando alto, as duas estão longe, ele disfarça e...
Pai: E o trem se foi. Se foi prá bem longe daqui num destino incerto.
(As duas meninas fazem sinal de reprovação)
Pai: Não é assim?
(As duas fazem sinal com a cabeça que não)
Pai: Há, mas faz de conta que é. Vamos liguem seus vagões aqui na máquina.
(As duas se aproximam, grudam e começa a música novamente. Desta vez os três cantando. Quando saem de cena, o som desaparece e volta os três)
Os três: Piuí piuí piuí. Choq choq choq. Piuí choq choq, piuí choq choq.
Luana: Papai para onde estamos indo agora?
Pai: (Continua Cantarolando) Choq choq piuí...
Maira: Papai para onde estamos indo?
Pai: (idem fala acima)
As duas: (Se olham e gritam) Para onde estamos indo?
Pai: (Põe a mão na cabeça e todos ouvem o som de três repicados de tambores bem forte, como que se ele somente estivesse ouvindo aquilo, se assusta, larga o controle, cai no chão, se levanta e volta ao lugar novamente.) O que é isso? Estão querendo nos matar? Isso daqui é um trem, necessito de muita concentração.
Luana: Mas o senhor ainda não respondeu a nossa pergunta.
Pai: Não?
Maira: Para onde estamos indo?
Pai: Bem, nós estamos indo para a ponta do arco-íris.
Luana: Ponta do arco-íris?
Maira: Onde fica isso:
Pai: Fica bem no meio da história.
Luana: Que história?
Maira: Pai do que o Senhor está falando?
Pai: Não viemos aqui para contar uma história para essa gente?
As duas: Foi.
Pai: Então, estamos entrando bem no meio dela.
Música: Quem conta uma história fica feliz.
Chega até arrebitar o nariz.


Quem conta uma história e conta com fé.
Chega até perder o chulé.
Quem conta uma história, nesta rotunda,
Chega até perder a dor na, a dor na, a dor na
A dor na corcunda.
Pai: Por enquanto, estamos ainda apenas de um lado.
Maira: O de cima ou o de baixo?
Pai: De que lado nós saímos. Ou seja iniciamos a nossa história.?
As duas: Do início.
Luana: Do lado de baixo.
Pai: Então só podemos estar indo para o lado de cima.
Luana: E os passageiros, Não tem um destino certo?
Maira: Se eles compraram o ingresso ou ganharam os convites é porque
pretendem chegar em algum lugar conosco. Por isso estão indo para o lado de cima.
Pai: Que passageiros? Nós não temos passageiros a muito tempo, isso está até me deixando preocupado. As pessoas que entram aqui não tem um ideal, entram apenas para divertirem-se, e isso não é bom.
Luana: Do que vocês estão falando?
Pai: Estamos falando do teatro. Da fantasia, da alegria de ver as platéias cheias.
Luana: Mas eu estou falando em realidade. Estou falando em trem de verdade. Estou falando da nossa história, a que vamos contar para essa gente. Uma história verdadeira.
Pai: (Puxa o freio repentinamente, os três amontoam.)
Maira: O que foi isso:
Luana: Credo, parece que batemos numa montanha.
Pai: Apenas puxei o freio. Vamos descansar um pouco. (sentam-se)
Luana: Pai, o Senhor ainda não disse, para que lado estamos indo.?
Pai: Estamos indo para o norte.
Maira: Ôba, vamos conhecer a Amazônia, o pantanal, vou ver um jacaré de perto.
Luana: ( Com medo) Cobras sucuri, Leões soltos, onças pintadas...
Maira: (assustando-a) Baratas...
Pai e Luana: Barata não.
Pai: Barata não. Barata não, barata não. (se esconde) Porque baratas?
(As duas ficam olhando para ele, que se disfarça e depois volta ao normal)
Pai: (Machão) Bem, baratas eu... Baratas eu costumo comer se faltar comida. (Voltando ao normal) Espero que Deus me ajude e nunca falte comida. Credo que nojo.
Os três: Que nojo de baratas?
Luana: Inseto nojento.
Maira: Chega me dar arrepios...
Pai: Porque estamos falando nisso? Vamos continuar a nossa viagem. Ou seja...
Luana: Continuar a nossa história.
Maira: A nossa verdadeira história. Que está apenas começando.
(saem os três, cantarolando) Choq choq piuí.
2ª CENA:
Narrador: Seu Carlos tinha 55 anos de idade. Era maquinista de trem desde os tempos da juventude. Tinha um espírito de criança. (cenas em off) Brincava com suas filhas como que se fosse uma delas. Gostava muito de contar histórias, era a sua maior alegria. Fazia a alegria da garotoda, dançando, cantando e contando histórias de todos os tipos. Enfim ele era querido por todos.
Pai: Agora é a sua vez de perguntar. Se eu não souber eu pago a pena.
Maira: Pai, quem foi que nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Pai: Quem nasceu primeiro foi.... foi o. ..i i i i i i quem será? O ovo ou a galinha? Há já sei foi o ovo.
Luana: O ovo? E quem chocou ele prá nascer o pintinho.??
Pai: O pato. Só pode Ter sido o pato.
Maira: Coitado do pato. Paga o pato por tudo. Se ele souber de uma história dessas, ele se enforca em pé de cebola, de tanta raiva.
Pai: Chi, acho que eu não sei. E agora? Vou Ter que pagar a pena.
Luana: E nós vamos escolher.
Pai: Cuidado com a pena, pode ser fatal.
Maira: O senhor vai virar umas piruetas, umas cambalhotas, e rodar como um pião no chão.
Pai: Vocês tem certeza?
As duas: Perfeitamente.
Pai: Então vamos lá. Música maestro. (ele faz o combinado e no final...) Agora é a vez de vocês.
Luana: Minha não.
Maira: Nem minha.
Pai: Há, mas vão sim.
As duas: De jeito nenhum. (saem todos correndo)
Pai: Há, deixa prá lá. Essa história está apenas começando.
Narração: Mas algum tempo depois, toda aquela alegria se acabou.
3ª CENA:
( Seo Carlos entra cantando o tema do Arco-íris.)
Luana: O que será que aconteceu com o nosso pai, Maira?
Maira: Por que será que ele está tão triste Luana?
Luana: Sei lá, olha bem o seu rosto.
Maira: Tenho uma idéia, vamos fazer alguma coisa para ele se alegrar.
Luana: Será que vai adiantar Maira?
Maira: Vamos tentar.
(Dançam por um minuto e param.)
Luana: Credo que baixo astral! Ele está desanimado mesmo, nem se ligou.
Maira: Vamos trocar de ritmo.
Luana: Boa Idéia. (saem)
(Ele toca mais alguma coisa, elas entram e dançam uma dança de Rua.)
Maira: Já estou me cansando de fazer isso.
Luana: Mas acho que devemos tentar mais uma vez.
Maira: Então vamos né. (saem)
(O pai toca outra coisa, elas entram dançando uma música dos mamonas, param e...)
Luana: Assim não dá, parei. (senta-se)
Maira: Eu também. (senta-se)
(O pai está dormindo)
Luana: Maira, vamos levar nosso pai para a cama, ali ele não pode dormir.
Maira: É verdade Luana. (Vão até ele, puxam-no, cai um papel.)
Luana: O que será isso?
Maira: (lendo) Aviso de dispensa.
Luana: Maira, ele foi dispensado da empresa.
Maira: O que será que ele fez de errado?
Luana: Ele foi dispensado por ser um contador de histórias.
Maira: Ele não pode mais contar histórias?
Luana: Dispensado por ser um contador de histórias?
Maira: Sim. Por ele viver no mundo da fantasia.
Luana: Mas o mundo da fantasia é o mundo da alegria, é o nosso mundo.
Maira: E agora Luana, ele não pode continuar triste assim.
Luana: Então vamos Ter que fazer alguma coisa para ajudar ele.
Maira: Amanhã bem cedo, nós vamos sair por aí, procurar um emprego, onde o nosso pai possa contar histórias para as pessoas.



4ª CENA:
( O galo canta, cantos de pássaros, as duas levantam-se)
Narração: E o dia amanheceu...
Luana: Bom dia sol? (ele canta) Bom dia cãozinho totó. (ele late) Bom dia gatinha manhosa?
Bom dia Maira?
Maira: Bom dia é o pinico sujo que você deixou sujo embaixo da minha cama, eu quero saber onde é que foi parar o meu outro pé de tênis? Aqui só tem um.
Luana: Engraçado, sumiu um pé de tênis meu também.
Maira: Olha. (aponta o pé da outra)
Luana: Mais Baratas? (Fica imóvel)
Maira: O meu pé de tênis que faltava no seu pé, engraçadinha...
Luana: Engraçadinha?. Olha o meu que faltava no seu pé também. (apontando o pé da irmã.)
As duas: Falha Nossa.
Maira: Vamos logo está ficando tarde.
Luana: Vamos precisamos encontrar um emprego logo para o nosso pai. Onde ele possa contar as suas histórias.
As duas: Tchal pai. (saem correndo)
5ª CENA:
(As duas vão entrando)
Maira: (entram) Onde está a recepcionista?
Luana: Deve Ter ido ao banheiro.
Velho: (entrando, tropeça, com uma bengala nas mãos) Esse trabalho já está me cansando os miolos e as vistas. Ainda bem que eu estou bem dos ouvidos, ainda bem. (puxa a cadeira, senta-se no chão, cai, as duas vão correndo socorrê-lo) Ai, ai, ai, quebrei a bacia.
Luana: A cadeira está aqui. Senta-se.
Velho: Obrigado meus sobrinhos.
Maira: Sobrinhos?
Velho: Vocês não são os meus sobrinhos, bilico e beloca?
As duas: Bilico e Beloca?
Velho: É, não são vocês.
Luana: Só viemos aqui para pedir um emprego. Aquele do anuncio do jornal.
Velho: Pelego? Aqui não vendemos pelegos, só oferecemos empregos.
Maira: Então. É isso, viemos pedir um emprego.
Velho: Pelego? Vai ser impossível atender vocês meus netinhos. Será que vocês são surdos , não me ouvem. Eu disse que aqui só tem empregos, não vendemos pelegos.
Maira: Acho que nós perdemos a viagem.
Luana: Eu também acho.
Velho: Deixaram a bagagem num tacho. Vocês iam fazer sabão com a bagagem?
Luana: Que bagagem?
Luana: Onde será que vai parar essa enroscada? Estamos fritas!!!!
Velho: (Dá um pulo alegremente) Já sei. (vai até o meio do palco) A lavagem é barrigada de cabrito? (pausa) Não? (chora engraçado) Acho que estou ficando velho. (volta com dor nas costas)
Luana: (devagar) Meu Senhor, só queremos um emprego para o nosso pai, certo?
Velho: (idem) Vocês só querem um pelego para o vosso pai, certo?
Maira: Errado. (saindo) Tchal, passar bem.
Luana: Desejo o mesmo. Melhoras e boa audição.
Maira: Até que ele é um bom velhinho.
Luana: Meio surdo, mas bonzinho (saem de vez).
Velho: Crianças estranhas, vem aqui pedir emprego e depois faz uma confusão danada. (grita) Emprego? Elas vieram pedir um emprego? Como eu sou um surdo mesmo. Hei nós temos um emprego para o vosso pai. Chi elas já foram. Mais um que não me entende. Um não, duas. (apontando três dedos). BLACK OUT.
6ª CENA: ( NA RUA)
Luana: Pelego? Esse homem é meio maluco. Não deixou nem a gente falar, que o nosso pai precisa continuar contando histórias.
Maira: Não sei porque deixam uma pessoa nesse estado, trabalhar num lugar desses!
Luana: Águas passadas, agora vamos procurar outro lugar, outro emprego.
Maira: Onde está o jornal, vamos procurar.
Luana: (abrindo) Vamos ver. Doméstica?
Maira: Doméstica não. O nosso pai não leva jeito para esse tipo de emprego.
Luana: Médico.
Maira: Médico também não. Imagina só o nosso pai operando alguém, é perigoso ele ... bem deixa prá lá.
Luana: Lavador de carros.
Maira: Esse é interessante. Lavador de carros. Será que ele sabe lavar carros?
Luana: Acho que sabe. E lavando carros ele pode contar histórias.
As duas: Tchan tchan tchan.
Maira: Vamos.
Luana: Vamos.
(As duas saem.)
7ª CENA: ( O LAVADOR DE CARROS)
Lavador: (Entra com um carro, pintado em uma enorme cartolina ou papelão. Traz mangueira e balde, canta alguma coisa. Ou dança ao som do rádio do carro)
(As meninas entram, ficam olhando, e grita;)
Luana: Boa tarde?
Maira: Boa tarde?
Lavador: (Continua na mesma)
Luana: (mais alto) Boa tarde?
Maira: (também alto) Boa tarde?
Lavador: (Falando alto) (gago) Boa tarde.
Luana: Desliga o rádio.
Lavador: Ham? Fala mais alto, não estou ouvindo.
Maira: Desliga o rádio.
Lavador: Está um pouquinho alto né? (Sempre gago)
Luana: Ainda por cima é gago.
Lavador: Gago é a mãe, tá?
Maira: Também? Puxa deve ser chato um bando de gagos conversando né?
Luana: Queremos a vaga de lavador de carros que está no jornal.
Lavador: Mas isso daqui é serviço prá macho, e não para duas criancinhas como vocês.
Luana: Mas não é prá nós. É para o nosso pai. E ele gosta de contar histórias.
Maira: É ele quem vai pegar no pesado. Nós só estamos tentando ajudar.
Luana: Dá uma ajuda prá ele moço?
Maira: Ele precisa trabalhar e muito.
Luana: Ele é boa gente. Alegre, divertido, brinca e canta com a gente.
( Lavador fica de boca aberta. )
Maira: O Senhor precisa ver, parece um crianção.
Luana: E precisa muito de um emprego.
(Elas estão uma de cada lado dele, e toda vez que uma fala, ele se vira para aquele lado.)
Maira: Ajuda a gente moço.
Lavador: Dá prá parar. Já está me dando torcicolo.
Luana: Pensa no assunto.
Maira: É sério.
Lavador: Já terminaram. Posso falar? Muito bem, o que ele faz?
Luana: Nada.
Lavador: Ele Nada?
Maira: Claro que não.
Lavador: Nada, como então?
Luana: Nada, nada. E conta histórias.
Lavador: Não entendi.
Maira: Está desempregado.
Luana: Merecemos uma chance. Dá o emprego para o nosso pai?
Lavador: Quantos anos ele tem?
Maira: 55 anos.
Lavador: Sem chances. É velho demais. Suas histórias estão ultrapassadas.
Luana: Velho demais? Nunca. Ele é muito jovem.
Lavador: Mas para arrumar um emprego desse, está velho demais.
Maira: Que discriminação contra a idade. Pois fique sabendo que as pessoas mais velhas tem muito mais experiência que qualquer um de nós.
Luana: Não vai dar um jeitinho?
Lavador: Eu já disse que não. Sinto muito. (sai com o carro)
Luana: Acho que vai ser difícil arrumar um emprego para o nosso pai. Ter 55 anos é muito ruim para ele arrumar um emprego. Ainda mais onde ele possa contar histórias. Ninguém dá uma chance.
Maira: Mais não deveria ser assim. (saem as duas)
Lavador: (Voltando) Hei, hei, hei, para onde que foram as duas? (gagueja) Elas se foram, eu ia dar uma chance. Afinal de contas, 55 anos não é tão velho assim. Não é mesmo? Uma pessoa nessa idade tem cada história...(sai)
8ª CENA
(As duas vão entrando em um circo)
Luana: Que lugar estranho é esse?
Maira: É um circo, você não está vendo?
Luana: Eu sei que é um circo, mas é muito estranho. Está vazio, não tem artistas. Onde está o mágico, o palhaço, eles poderiam nos ajudar. (miados)
Maira: Ái, o que é isso? Deve ser uma onça pintada, eu estou com medo.
Luana: Ui. E eu também. (ouvem assobios)
Maira: Está vindo alguém, vamos nos esconder.
Luana: Não dá tempo. Vamos virar estátuas, e ele nem vai perceber.
Palhaço: (entrando, limpando as cadeiras com uma espanador, passa pelas duas, para, olha desconfiado, continua limpando. ) Quem deixou essas duas estátuas feias aqui? (As duas se olham com raiva, ele limpa o rosto delas, ela espirra, ele para novamente, olha para a platéia e) Será que tem fantasmas aqui? Ou são essas estátuas feias que estão falando? Credo cada coisa que acontece. ( As meninas mostram bananas, o palhaço se assusta e cai sentado, depois sai correndo para todos os lados) As estátuas se mexeram, aqui tem fantasmas, socorro me acudam, acho que vou fazer alguma coisa na roupa. (sai)
Luana: O palhaço sumiu de medo. Porque será?
Maira: Acho que ele tem medo de fantasmas.
Luana: Mas essas coisas não existem.
Maira: Será que não mesmo.
Palhaço: (apontando o rosto, mais na frente do palco) Os fantasmas já se foram? Eu posso entrar agora? (As meninas pedem silêncio para a platéia, o palhaço entra com as pernas abertas) Eu não disse que ia fazer algo na roupa. E fiz mesmo.
Luana: Hum que carniça. Você soltou um pum Maira?
Maira: Eu não. Não sou mal educada.
Luana: Então quem foi?
Palhaço: Foi eu. Mas foi um pum sólido. Espera aí, quem são vocês?
As duas: Luana e Maira.
Palhaço: Prazer, palhaço Cuequinha.
Luana: Nós estamos aqui, para pedir um emprego para o nosso pai.
Maira: Ele é um bom contador de histórias, como essa que estamos apresentando.
Luana: Mas está desempregado.
Palhaço: Aqui não vai dar. O circo está fechando, não temos mais público. As nossas platéias se foram. As crianças já não gostam mais dos palhaços, como gostavam antigamente. Agora elas preferem aquelas brigaiada da televisão. O nosso show está no fim.
Maira: Ai credo, isso é tão triste. Eu não sabia que estava desse jeito.
Palhaço: É a pura verdade. Vocês me dão licença que eu vou lá dentro me limpar. (sai tropeçando)
Luana: Credo, acho que não vamos encontrar nada para ajudar o nosso pai.
Maira: Eu também acho que não. O que vamos fazer então?
(vão para trás, sentam-se no banco, a luz escurece)
Luana: Acho que tenho uma solução para o nosso caso.
Maira: É. E qual é?
Luana: Vamos pedir esmolas.
Maira: Pedir esmolas? Não isso é muito feio.
Luana: Tem tanta gente que faz isso, porque nós não podemos fazer também? E além do mais, estamos precisando.
Maira: Há não. Deve Ter outra coisa mais boa prá gente fazer.
Luana: Enquanto a gente não encontra essa outra coisa, vamos ficar com essa.
Maira: Não sei se vou Ter coragem de sair por aí pedindo esmolas.
Luana: Vamos Ter coragem sim. O que vamos comer?
Maira: Então vamos ensaiar.
(Saem pelo meio do público)
Luana: Uma esmola pelo amor de Deus. (várias vezes.)
Maira: Ajudem uma criança pobre. (várias vezes) (saem de cena)
Bêbado: (Entra com a música, faz o monólogo e senta-se cansado)
Volta as meninas.
Luana: (voltando ao palco) Já estamos prontas, quando chegar alguém nós vamos pedir.
Bêbado: Cansei de brincar de atrapalhar, quer dizer, cantar, vamos brincar de outra coisa agora.
Luana: (Virando-se) E quem está brincando com Senhor, seu Bêbado?
Maira: Não gostamos de pessoas que bebem bebidas alcoólicas .
Luana: Isso é muito feio.
Maira: Prejudica a saúde.
Luana: Gasta dinheiro atoa.
Maira: Arruma confusão com as pessoas.
Luana: Briga com a família.
Maira: Quebra as coisas em casa.
Luana: Cheira muito mal.
Maira: Vomita na roupa.
Luana: Dorme pelo chão.
Maira: Os cachorros lambem a sua boca.
Luana: Os outros tomam o seu dinheiro.
Maira: Perde o emprego.
Luana: E quando morrer...
Bêbado: Morrer? Eu?...
Luana: Sim senhor, ou o Senhor pensa que vai fica para a semente?
Maira: vai direto pro inferno:
Bêbado: Tudo isso? Podem parar, daqui a pouco vocês vão dizer que eu sou um bandido?
Luana: E quem garante que não é?
Bêbado: Mas eu não sou um bandido. Sou bêbado bem bonzinho, não pratico essas coisas ruins.
Luana: Então já que o senhor é tão bonzinho, dá uma esmolinha para nós?
Maira: Precisamos muito da sua colaboração.
Luana: É um caso muito sério.
Maira: É mais do que sério é seríssimo.
Bêbado: (sensibilizado) Puxa, o caso é sério mesmo? É preciso fazer alguma coisa então!...
Luana: Oba, com quanto que o senhor vai começar?
Maira: Jesus agradece muito.
Bêbado: (abre os bolsos não tem nada, solta um largo sorrizão.)
Luana: Eu não disse. Bêbados são todos iguais. Não salva um.
Maira: Porque o Senhor não para de beber e faz algo mais aproveitável.!.
Bêbado: Eu vou tentar, eu vou tentar.
Luana: Reze um pouco, pede ajuda a Deus e tenha muita força de vontade.
Bêbado: (saindo) Eu vou fazer, eu vou fazer. Obrigado pelo conselho. Onde já se viu, duas pirralhas desse tamanho me dando lição de moral. Também quem manda eu ser bêbado. Eu vou parar com isso. Prometo a vocês ( sai)
Maira: Por que será que as pessoas bebem, e depois ficam por aí fazendo coisas erradas?
Luana: Sei lá, deve ser alguma doença.
Maira: Falta de vergonha na cara.
Luana: O que mais nos resta fazer para ajudar o nosso pai?
Maira: Continuar pedindo esmolas.
Luana: Mas isso está ficando tão chato.
Maira: Tão humilhante.
Luana: Então vamos fazer alguma coisa diferente?
Maira: Acho que não vai dar. Somos muito crianças ainda. O nosso pai é quem tem que dar m jeito na solução.
Luana: É verdade.
Maira: Tá me dando um sono.
Luana: Em min também.

9ª CENA
(Sentam-se no chão desanimadas, a luz fica azul, elas cochilam, a luz vai saindo de resistência até que apaga.)
Locutor: A agora, vindo diretamente do centro da terra, numa viagem exaustiva de trem, para dançar e cantar o que é de melhor: Luana e Maira.
(As duas estão de costas, ao iniciar a música elas se viram e começam a dançar uma música. Country (Sandy e Júnior Dançam um pouco, logo após entra o Bêbado e dançam outra música. A luz fica escura, e a música para. Elas voltam ao chão)
10ª CENA:
Luana: Ái, o que foi isso?
Maira: Um sonho?
Luana: Tão real?
Maira: E sonhamos iguais?
Luana: Que estávamos dançando para uma platéia imensa. E O apresentador era aquele Bêbado.?
Maira: E ele dançava com a gente. Será que ele se regenerou?
As duas: Mistério. (Viram-se e vêem o pipoqueiro.)
Pipoqueiro: Surprise. (em inglês) Sou apenas um pipoqueiro. Vai uma pipoquinha aí. Tenho da doce e da sargada, o preço é o memo. E como está chegando o fim da tarde to fazendo uma liquidação...
Luana: Não temos dinheiro para comprar pipocas.
Maira: Isso está me cheirando a mais uma das histórias do nosso pai.
Pipoqueiro: De que história ocês estão falando?
Maira: Essa que estamos vivendo agora. Será que isso é realidade, ou é um sonho também?
Pipoqueiro: Ceis duas tão bestando é? Num cunhecem eu não?
As duas: Nós não conhecemos você. .
Pipoqueiro: De Jeito maneira. Claro que não. Eu nem sou daqui. Vim lá das Minas Gerais num trem a vapô, sabe qual é? Aqueles que faz piui, piui, piui. Parece que vai arrancar as tripas da gente prá fora sô. Cheguei hoje bem cedinho.
Maira: Eu não disse, que era mais uma história do nosso pai.
Luana: Espero um pouco. Chegou hoje e já arrumou emprego?
Pipoqueiro: Pois é, eu me viro né, num sô quadrado. O que estão fazendo aqui?
Maira: Tentando arrumar alguma coisa para ajudar o nosso pai. Ele está desempregado e precisa contar histórias.
Pipoqueiro: Mané história coisa nenhuma. Ocês tem é que se virarem. As coisas num caem do céu não.
Maira: (se vira) Pronto já me virei, e daí?
Luana: Engraçadinha.
Pipoqueiro: Ocês num querem uma pipoquinha memo?
As Duas: Nosso pai disse que não devemos aceitar coisas de gente estranhas.
Pipoqueiro: Mas eu num sô mais istranho não. Já me apresentei proceis.
Luana: Bem, já que é assim, se for de graça eu aceito.
Maira: E eu também.
Pipoqueiro: Ocês são locas? Esse é o meu trabalho. Não posso ficar dando as coisas que eu vendo para os outros assim de carqué manera.
Luana: Mas nós não temos dinheiro para comprar. Estamos até pedindo esmolas.
Pipoqueiro: Eu acho que ocês deveriam mudá de vida. Pararem um pouco, descobrirem ou pensarem no que mais gostam de fazê, vocês e vosso pai. E levar o assunto adiante, seriamente. Só assim ocês conseguirão.
Luana: (Muito alegre) Não é que esse danado tem razão.
Pipoqueiro: Eu sempre tenho razão. Eu sou a razão. Por isso vim aqui. É a minha missão. Tchalzinho para todos, preciso trabalhar. (sai) Olha a pipoquinha, quem quer comprar da doce e da salgadinha?
Maira: O que você está matutando aí nessa sua CABECINHA?
Luana: Pensa bem. Maira, o nosso pai gosta de tocar cantar e contar histórias. Nós gostamos muito de dançar. Quem sabe não formaríamos uma belo trio.
Maira: Prá cantar, tocar e dançar músicas alegres e escrever belos livros de histórias.
Luana: Isso mesmo. Tá falando bonito. Com quem você aprendeu falar essas coisas?
Maira: Com a minha professora é claro. Ela é muito boa e eu gosto muito dela, e gosto muito de estudar também.
Luana: Eu também, nós devemos estudar muito e ler para sermos alguém muito importante amanhã, não é verdade?
Maira: Vamos embora, não vejo a hora de propor essa nossa idéia para o nosso pai.
Luana: Acho que ele vai ficar muito feliz. Vai voltar a sorrir e cantar como antigamente.
Maira: Então vamos logo. (saem.) Black out.
11ª CENA:
Ao entrarem, as meninas encontram o pai já vestido de Elvis, com um violão, dubla Love me tender. Depois Tutti Frutti
Luana: Há, pai, vamos cantar e dançar uma música brasileira.
(Ele então tira o colete, numa forma de estrip, depois a peruca. Tocam robot cop Gay.
Maira: Essa não, vamos cantar uma outra. Uma de nossa autoria.
Pai: Então todo mundo assim comigo, batendo palmas. (cantam uma música Original, coreografam todos juntos, ao terminar, agradecem o público.

FIM.
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