Essa usina de letras
Tem de tudo um pouco
Tá cheia de aloprados
Tem idiota e louco
Gente que é depravada
Tem outro tanto abestada
Sem ter nada dendu coco.
Uma cambada de mouco
Pregadores no deserto
Gente sem nenhum caráter
Nego burro, nego esperto!
Tem muié louca pra dá
Homem querendo mostrá
Seu novo eu descoberto.
Tem errado que tá certo
Naquilo que qué mostrar
Tem grande sabedoria
Muita besteira sem par
Tem aquele comunista
Bancando o idealista,
Sem ninguém acreditar
Tem quem vive a clicar
Achando isso importante
Se achando um escritor
Num engano galopante
Tem quem faz dessa usina
Sua vida e a própria sina
Na loucura delirante.
Mas tem gente cativante
Fora da parafernália
Que escreve com amor
Nem dá bola pra canalha
Tem o de espírito pobre
Gente rude, gente nobre!
Outros levando cangalha.
Existe um monte de tralha
Ocupando grande espaço
Esclerótica e debilóides
Que não sobra nem o traço
Só tirando gente à-toa
Deixando só gente boa
Vai parar esse inchaço.
Outros na queda de braço
Tem corno inconformado
Perua, virgem e matrona!
Cangaceiro e viado
Tá cheio de mal amada
Tem véia desengonçada
Só bruxas tem um bocado.