REMINISCÊNCIA
Cerca-me na planície do coração deserto,
A reminiscência... lua de ardósia, o sol árido
E esses versos, sem cores ou cheiros, pálidos!
Cambaleio, fujo! Vulcão em tochas, inerte...
Paro diante de mim, o Arcanjo vacila...
Mas, na penumbra escura, vibra o cio da luz
No limiar, sombras, cinzas mortas! Fênix reluz
Do arco crepuscular quando o dia se atira...
Então, entre o horizonte racional e o zenital
A euforia e o tédio no paralelo da consciência
Comandam a interseção, passeia a reminiscência
Na estalagem do inconsciente, cai o temporal...
Se acaso alheado ao peito vago, não sou meu dono,
Os Anjos abrem as asas sobre minha alma fechada
O meu pensamento vai onde tem luz e deságua
No rio paranóico do sentimento afogando o outono...
Nhca
mai/03
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