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Cronicas-->LÁGRIMAS -- 09/11/2002 - 01:56 (Barbara Amar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É... Parece que querem que eu chore. Tudo bem, então vou chorar. E se lhes dissesse que ao invés do pranto tenho sido tomada por uma sensação de paz e de alívio? Tanto tenho lutado nesses últimos anos, a maioria das vezes só, desacreditada. Minha companheira inseparável é esta força que brota de minha mente aturdida, que me move, me anima, não me deixa quebrar. É meu discernimento, minha capacidade de analisar palavra por palavra, sentenças soltas, proferidas ao acaso. Conversas de amigos, papos de bar...

Criei essa mania doida ou será doída? Aliás esse termo doída já incorporou-se à minha personalidade e não mais consigo me esquivar. Flui naturalmente. É um jogo perigoso, bem sei. Corre-se o risco de ficar maluco de vez, porém já sou meio louca e sendo assim não tenho nada a perder. Mas voltando ao assunto primordial - lágrimas - tenho encontrado essa palavra com demasiada frequência em minhas incursões literárias. Ora em forma de prosa, pessoas aconselhando alguém, que obviamente está sofrendo, a procurar um local, qualquer que seja, para chorar com tranquilidade. Outras vezes poesias, lindas, dolorosas. Poesias de amor traído, martirizado. Hoje não resisti. Emocionei-me com esses escritos. O fato é que chorei. Alvíssaras! As lágrimas correram discretamente, pegaram-me desprevenida, como bem diz o poeta, profundo conhecedor da alma humana. Quando vi estavam lá; escorrendo mansamente, ardentes, sentidas. Fazer o quê? Aproveitar este momento. Com elas liberar todas as dores, as saudades, até os ressentimentos que um dia marcaram minha trajetória de vida. Não tem fim... São lágrimas silenciosas, correm sem fazer alarde. Teimam em não secar. São simplesmente lágrimas que me tiram o sono, me fazem virar na cama sem posição. Ouço um disco baixinho para não acordar os vizinhos, já está muito tarde. Canção do Rei Roberto Carlos que me emociona demais. E essas lágrimas irritantes que teimam em se fazer presentes? Venho então escrever. Só assim elas partem, não são mais necessárias pois choro aqui mesmo no papel. Choro através das frases, talvez desconexas, que sou impelida a escrever. Noto que algumas até combinam, rima pobre, mas não ligo. Não é minha intenção fazer poesia, quem sou eu? Mas sinto que essa compulsão que pode intrigar a maioria, de uma certa forma me dá alento, me acalma. Não estou anestesiada, muito menos em frangalhos. Sei apenas que preciso escrever e assim o faço. Meu texto é coerente? Ignoro! Quem se importa? Lágrimas expressam emoção. É bom chorar.
Quando criança li um conto de fadas, chamava-se Lágrimas de Pérolas. Todas as vezes que a princesa chorava vertia pérolas no lugar de lágrimas. Gostaria que meus textos assim fossem - jóias. Não são. O que me falta, entretanto, em conhecimento sobra em pureza de sentimentos, eu os tenho, não duvidem. Transparência, emoção! Sou uma chorona inveterada, choro por dor, alegria, remorso, por gozo também. Chorarei a vida inteira, faz parte da minha natureza sensível. E quem sabe, depois de morta, ao encontrar-me com aqueles a quem tanto amo. Por certo chorarei, mais uma vez...


30/01/02

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