Lágrimas
~Valéria Tarelho~
Meus olhos
rasos d água
expelem
mágoa em gota.
O pesar se encorpa,
desprende-se,
salga a pele.
Incontrolável,
segue outra
e, convulsivas,
outras seguem.
O pranto desemboca
no canto da boca
e, sem convite,
deságua boca adentro,
incorporando-se à saliva.
Minhas lágrimas
são rimas amenas,
de sabor salgado,
levemente alcalinas:
dor cristalina
sendo digerida
neste poema magoado,
molhado de amor.
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