No debate com Aécio, Dilma mentiu sobre o empréstimo a Cuba, diz Marcelo Odebrecht
Não é possível saber se as aspas sobre o verbo mentir são do repórter Luís Zanini, autor da reportagem, ou do editor, mas de qualquer forma elas estão fora de lugar. Ao acusar Dilma de mentirosa, Marcelo Odebrecht não utilizou aspas, até porque ela mentiu mesmo durante a campanha eleitoral. O material a seguir foi publicado por O Globo de hoje [9/11/2015]. É um furo. O Globo coloca Dilma no mesmo pé de igualdade com Eduardo Cunha, acusado de mentiroso. São cassações de mandato sujeitas aos mesmos regramentos.
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O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse que a presidente Dilma Rousseff mentiu ao falar sobre o financiamento para a construção do Porto de Mariel, em Cuba, durante o último debate do segundo turno da campanha eleitoral, em outubro do ano passado. Assim que Dilma garantiu na TV ao então candidato Aécio Neves que o empréstimo para a obra teria como garantia a Odebrecht, responsável pelo projeto, o presidente da cons-trutora não se conteve. Em mensagem a um dirigente, interceptada pela Polícia Federal, Marcelo foi taxativo:
“Ela (Dilma) disse que as garantias são da empresa, e não do governo de Cuba. Ela está mentindo”, escreveu ele.
A acusação está numa troca de mensagens entre Marcelo Odebrecht e Benedicto Barbosa da Silva Junior, um dos executivos do grupo. O material integra novo relatório de investigação da PF sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
Marcelo mandou a mensagem quando Dilma e Aécio discutiam sobre as obras do porto cubano. O tucano criticava o empréstimo do BNDES para a obra. Quando o senador alegou que “o governo brasileiro aceitou que essas garantias fossem dadas em pesos cubanos num banco na ilha de Cuba”, Dilma rebateu:
– Sempre que se financia uma empresa, as cláusulas de um financiamento diz respeito a essa empresa. As garantias são elas quem dão, não é Cuba, quem dá a garantia é a empresa brasileira para o BNDES.
Depois de escrever que Dilma estaria mentindo, Marcelo sugeriu que Benedicto passasse um torpedo para a “irmã”, tratando do que chamou de mentira da presidente, mas volta atrás na decisão: “Passe um torpedo para a irmã. O financiamento e as garantias são do governo de Cuba. Aliás, melhor deixar quieto, vai que ela (a irmã) mostra seu torpedo para alguém lá!”.
Obs.: Texto recebido de amigo internauta (F. Maier).
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