Três rosas brancas, nascidas do mesmo ramo, acabavam de desabrochar com toda a graça do seu esplendor, sempre protegidas pelos espinhos vigilantes da roseira, quando alguém do sexo feminino, atraída pelo encanto das flores, exclamou: “Como o Criador conseguiu fazer coisas tão belas e tão perfeitas!”
Complementando aquelas palavras que qualquer pessoa amante da natureza diria ante a serena humildade de uma flor, recordei-me da poetisa Gertrude Stein, quando escreveu — “Uma rosa é uma rosa...”.
Ela quis fazer entender na suavidade dos seus versos que não existe flor mais bela do que a rosa, nem mais perfeita na miraculosa arte da sua criação. Tanto é verdade que, por todos seus reais predicados, ela é considerada a rainha das flores — um mimo da natureza!
Embora essa maravilhosa flor seja frágil, mas por ser formosa e casta, foi eleita o símbolo do amor e da amizade entre as pessoas.
Filosoficamente pensando, é bem verdade que, entre o amor e a rosa existe alguma semelhança.
Se “uma rosa é uma rosa...” o amor é o amor... nada a eles se compara em sutileza e grandiosidade. O amor e a rosa escrevem-se com quatro letras apenas em nosso idioma. Ambos nascem das coisas mais simples da natureza e da vida. Se a rosa é a filha da terra e do orvalho, o amor é filho da paz, da humildade e da fé. Se a beleza da rosa é efêmera no murchar das suas pétalas, também o amor romântico é fugaz na transição arrebatada do seu sonho, mas o amor essencial e verdadeiro é indestrutível, se eterniza no tempo e na saudade como o perfume indelével de uma rosa.
Nada agrada tanto as mulheres, que são sensíveis de coração, do que receber flores como prova de dedicação e afeto, ou mesmo colhê-las nos jardins em plena floração.
O simbolismo da rosa pode ainda estender-se a esse amor genérico de que tanto necessita a humanidade para ser feliz, esse amor que pode ser resumido apenas na palavra fraternidade. Esse amor que devidamente semeado faria vicejar as roseiras da felicidade social.
A pétala da rosa tem forma de coração. Permita Deus que nos corações humanos possa haver tanto amor como pétalas de rosas nos jardins floridos!
Queira Deus que o amor, tão fundamental à ventura do ser humano jamais desapareça dessa desarticulada humanidade, que as mãos humanas semeando as rosas, também semeiem o amor nos fraternos jardins da nossa existência!